Haddad prestigia ato “Alexandre Vive”

Missa em memória do estudante vítima da ditadura militar foi celebrada hoje na Catedral da Sé.

Nesta sexta-feira (15), o prefeito Fernando Haddad participou da missa em homenagem ao estudante Alexandre Vannuchi Leme, celebrada pelo bispo emérito Dom Angélico Sândalo Bernardino na Catedral da Sé, Centro de São Paulo. Também participaram do ato o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili e a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário. Quarenta anos após a sua morte, na próxima semana Alexandre será reconhecido pelo Estado brasileiro como anistiado político.

“Esse acerto de contas com a verdade é essencial para o Brasil avançar. Ele é um símbolo da luta democrática e eu penso que o período que o Brasil está vivendo hoje é um período que certamente fará muitas gerações de estudantes e de brasileiros que lutaram pela liberdade se sentirem um pouco mais confortados pelo fato de que ele está sendo lembrado pelo que ele simboliza para o povo brasileiro. Ele e tantos outros que padeceram nas mãos da ditadura”, afirmou o prefeito.

Alexandre foi assassinado no dia 17 de março de 1973, no DOI-CODI (órgão subordinado ao Exército e criado para combater os opositores do regime militar). Era estudante de geologia da Universidade de São Paulo e militava no movimento estudantil. Aprovado em primeiro lugar nos vestibulares, ativo participante da vida universitária, querido pelos colegas, representante oficial dos alunos na Congregação do Instituto de Geociências, tinha 22 anos. Foi morto porque atuava, na universidade, pela volta da democracia no Brasil

“Eu entrei na Universidade de São Paulo há 32 anos e o nome do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP é Alexandre Vannuchi Leme, justamente uma homenagem dos estudantes da universidade por um companheiro nosso, universitário, que morreu precocemente nas mãos da ditadura militar sob tortura”, lembrou Haddad.

No mesmo ano da morte de Alexandre, 44 estudantes da universidade foram presos, muitos deles torturados, entre os meses de março e agosto. Ronaldo Mouth Queiróz, outro estudante da Geologia, também foi morto. A ditadura militar estava em seu nono ano. Alexandre foi enterrado em uma vala para indigentes, no Cemitério de Perus. Os responsáveis pela sua morte no DOI-CODI forjaram uma versão para o assassinato -- a de que ele teria tentado fugir e sido atropelado por um caminhão. Os jornais da época publicaram a versão forjada, assim como a acusação, falsa, de que Alexandre fazia parte da luta armada.

FOTOS
Os arquivos ficarão disponíveis para download durante 1 mês. O crédito da foto deve ser Fernando Pereira / SECOM.

Foto 1 - Haddad participou da missa em homenagem ao estudante Alexandre Vannuchi Leme

Foto 2 - Quarenta anos após a sua morte, na próxima semana Alexandre será reconhecido pelo Estado brasileiro como anistiado político

Foto 3 - Alexandre foi assassinado no dia 17 de março de 1973, no DOI-CODI

Foto 4 - Missa foi celebrada pelo bispo emérito Dom Angélico Sândalo Bernardino

Foto 5 – Ato foi realizado na Catedral da Sé, centro da cidade

Foto 6 - Familiares de Alexandre Vannuchi Leme estiveram presentes