Alexandre Wollner

“A Biblioteca foi a possibilidade da gente ler jornais do mundo todo.”

Os pais de Alexandre Wollner estavam no Brasil há um ano quando ele nasceu, em 1928. Sua mãe, de origem húngara, formou-se aqui como modista e logo se adaptou ao país; já o pai ficou mais envolvido com sua comunidade iugoslava. Wollner chegou a frequentar algumas vezes a tipografia em que o pai trabalhava, auxiliando em pequenos serviços; para o ofício da mãe, contribuía com desenhos de vestidos. A morte precoce do pai, quando Alexandre tinha 11 anos, fez com que ele despertasse para as dificuldades da vida.

Wollner sempre gostou muito de desenhar e foi por conta desse interesse que se inscreveu no curso do Instituto de Artes do MASP, naquela época recém-inaugurado. Esse curso contribuiu para sua formação como artista e designer, sendo-lhe marcante o trabalho de Pietro Maria Bardi: “Ele divulgava artistas do tempo da guerra, que não eram divulgados aqui também por conta da censura. Essas novas coisas mexeram com a minha cabeça”.

Trabalhou na produção de cartazes para o IV Centenário da Cidade de São Paulo, na montagem da exposição de Max Bill – o que o levou a ser indicado para estudar na Hochschule für Gestaltung de Ulm, entre 1945 e 1958. Quando voltou ao Brasil, consagrou-se como designer e se envolveu na criação de cursos de formação na Escola Superior de Design do Rio de Janeiro (1963) e no Mackenzie, em São Paulo (1972).

Dos momentos que passou na Mário de Andrade, além da leitura de revistas e jornais, Wollner recorda das palestras que assistiu, como as de Paulo Emílio Salles Gomes, Lygia Fagundes Telles e especialmente do Érico Veríssimo: “ele me impressionou muito”.

Para Wollner o sentido de uma biblioteca é dar suporte à comunidade, promovendo acesso aos livros e cursos gratuitos de qualidade. Sobre sua trajetória de vida, e como uma inspiração às novas gerações, ele declara: “Você precisa dar significado a tudo o que faz.”


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Sinopse

• Origem familiar e infância • Os estudos e o prazer de desenhar • Contato com Aldemir Martins, Poty Lazarotto e Renina Katz • Contato com Sérgio Milliet, Paulo Emílio, Cláudio Abramo e Bardi no Museu de Arte Moderna • Formação no Instituto de Arte Contemporânea • Produção de cartazes para o IV Centenário da Cidade de São Paulo, trabalho na montagem da exposição de Max Bill • Leituras de jornais e revistas na Biblioteca • Estudo na Escola Superior da Forma em Ulm, Alemanha • Formação da Escola Superior de Design do Rio de Janeiro • Cultura e política no Brasil • Processo de criação de design • Wilhelm Flusser na Alemanha • Lei Cidade Limpa • Trabalhos em andamento • Eventos na BMA e sugestões


Mapa afetivo de São Paulo

Colégio Caetano de Campos
Colégio Oswaldo Cruz Faculdade Mackenzie Grupo Escolar São Paulo na Rua da Consolação Instituto de Arte Contemporânea Museu de Arte Moderna Rua Santo Antônio Rua Dom José de Barros


Expectativas e direções para a BMA

- Criação de um conselho para orientar a compra de livros.


Ficha Técnica

data 16/07/2008 duração 118 minutos mídia 1DVD / 1miniDV transcrição 42 páginas / formato PDF local residência do depoente interlocução Daisy Perelmutter pesquisa Daisy Perelmutter / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira / Marcela De Paolis direção audiovisual Sérgio Teichner edição de texto Suely Farah revisão e formatação Edélcio Lavandosk / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira