Jean-Claude Bernardet

“A Mário de Andrade foi um ponto muito importante.”

Seus pais eram franceses, mas Jean-Claude Bernardet nasceu na Bélgica, cresceu em Paris e ainda menino mudou-se com a família para o Brasil. Chegando em São Paulo, uma das suas primeiras descobertas foi a Biblioteca Mário de Andrade. Todos na sua família liam muito, mas como ainda não sabiam ler em português, o grande acervo de livros em francês da Biblioteca foi fundamental para manter o contato com a literatura.

Começou a se interessar por cinema ainda jovem e atuou como roteirista em diversos filmes. O seu primeiro trabalho foi em O Caso dos Irmãos Naves, ao lado do cineasta Luiz Sérgio Person, cuja pesquisa em jornais e revistas foi feita na Biblioteca. Também foi assistente de direção e ator. Enveredou-se pela crítica de cinema e escreveu livros como Brasil em Tempo de Cinema (1967) e Cineastas e Imagens do Povo (1985). Em 1965, lecionou no curso de cinema da recém inaugurada Universidade de Brasília (UNB) e nos anos seguintes passou a lecionar no curso de cinema na Universidade de São Paulo (USP) até se aposentar, em 2004. Além de professor e crítico, na década de 1990, dedicou-se à literatura, escrevendo os livros Aquele Rapaz (1990), A Doença, uma experiência (1996) e, em parceria com Teixeira Coelho, Os Histéricos (1993) e Céus Derretidos (1996).

Para o estrangeiro que se naturalizou brasileiro, a lembrança das idas até a Biblioteca para buscar e devolver livros é muito viva: “era absolutamente um ritual essas idas à Biblioteca”.

 
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Sinopse

Origem e chegada a São Paulo Primeiros contatos com a Biblioteca Mário de Andrade (Circulante) Pesquisa para roteiro do filme O caso dos irmãos Naves e livro O nacional e o popular na cultura brasileira Qualidade e degradação do acervo Efervescência cultural do centro Trabalho na Cinemateca e aproximação com cinema Estranhamento e Aproximação: São Paulo e França UnB, USP e Golpe de 1964 Cinema e narrativa Imagens Digitais Reflexões sobre a metodologia da entrevista e ficções autobiográficas Atividade do Blog Limites entre a linguagem cinematográfica e a escrita Caminhos de Kiarostami Críticas e sugestões para a BMA


Mapa afetivo de São Paulo

Bairro Socorro
Bairro Vila Mariana Biblioteca Circulante Cinema Jussara Cinemateca Hotel São Paulo no Anhangabaú Liceu Pasteur Livraria Difusão Européia do Livro Livraria Francesa Teatro Brasileiro de Comédia (TBC)


Expectativas e direções para a BMA

- Diminuir o descompasso entre o cuidado excessivo com livros de fácil aquisição e a negligência com livros raros presentes no acervo geral;
- Atualização, divulgação e informatização do acervo;
- Fazer da BMA um lugar de atração no centro da cidade;
- Valorização do acervo existente do século XIX e da primeira metade do século XX, preenchendo as lacunas desse período;
- Promover a vinculação do público com o acervo.


Ficha Técnica

data 22/06/2007 duração 80 minutos mídia 1 DVD / 1 miniDV transcrição 17 páginas / formato PDF local Auditório da Biblioteca Mário de Andrade interlocução Ana Elisa Viviani pesquisa Ana Elisa Viviani / Daisy Perelmutter / Maria Carolina de Ré / Thiago de Faria e Silva direção audiovisual Sérgio Teichner edição de texto Suely Farah revisão e formatação Edélcio Lavandosk / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira