José Castilho Marques Neto

“Se um dia o livro desaparecer de vez, eu acho que eu desapareço junto, eu vou ficar absolutamente deslocado.”

José Castilho Marques Neto nasceu em São Paulo, em 1953. Dois anos depois, seus pais resolveram mudar-se para Ibitinga, interior de São Paulo. Aos 17 anos volta à sua cidade natal para concluir o colégio e se preparar para o vestibular, descobrindo o mundo da cultura e da intelectualidade. Nessa época, a leitura de “Parceiros do Rio Bonito”, de Antonio Candido, foi decisiva para sua formação.

Uma das suas descobertas fascinantes na cidade foi a Biblioteca Mário de Andrade, que passou a frequentar para estudar. Nos anos em que cursou Filosofia na Universidade de São Paulo e Sociologia na Escola de Sociologia e Política, militou em movimentos estudantis e sindicais. José Castilho tornou-se bacharel e doutor em Filosofia, se especializando em história política da esquerda no Brasil.

Ingressou no mundo editorial como co-proprietário de uma editora, tornando-se um especialista em livros. Durante sua carreira, colaborou como editor-executivo e, posteriormente, como diretor da Editora UNESP, da Universidade Estadual Paulista, da qual se tornou professor. Sendo também presidente da Fundação Editora da UNESP (FEU), consolidou-a como uma editora moderna, tornando-a uma referência nacional e internacional em edição universitária.

Em 2002 foi convidado para dirigir a Biblioteca Mário de Andrade. Ao assumir a direção, ficou indignado com a situação de abandono em que a instituição se encontrava. Efetuou então a recuperação da sua infraestrutura física e institucional. Seu principal objetivo foi criar um projeto de modernização da BMA.  

Em abril de 2006, José Castilho tornou-se secretário executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) vinculado aos Ministérios da Cultura e da Educação.  


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Sinopse

Infância e adolescência: ambiente de leitura em casa Dubiedade da formação: Filosofia e Ciências Sociais Percepção do clima político do país Leitura de Parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido Experiência no cursinho Equipe e descoberta das vanguardas artísticas Ambiente hostil da Faculdade de Filosofia da USP durante a ditadura militar Atividade militante · Relação com livros e descoberta da BMA Trajetória no mundo editorial desde a criação da Editora Kairós Convite para assumir a direção da BMA Protesto de grupo de bibliotecários na sua nomeação Descoberta da precariedade da Biblioteca Parceria com Marfísia Lancelotti “Operação resgate” e atividades realizadas: reformas, Colégio de São Paulo, digitalização das obras raras Parcerias com Poder Público Municipal e privado Fazer política como gestor público: PNLL, Biblioteca Comunitária de Heliópolis, Editora Unesp


Expectativas e direções para a BMA

- Parcerias entre a Secretaria da Educação e a Secretaria da Cultura;
- Manter a BMA acolhedora, com variadas atividades artísticas e culturais;
- Tornar a BMA biblioteca de referência nacional, favorecendo o repasse de verbas;
- Trabalhar com diferentes meios de suporte à leitura;
- Permitir à Biblioteca multiplicidade de espaços e usos;
- Disponibilizar mediadores de leitura para formar leitores e aproximá-los da Biblioteca.


Ficha Técnica

data 21/07/2008 duração 144 minutos mídia 1 DVD / 1 miniDV transcrição 44 páginas / formato PDF local Sala Paissandu da Galeria Olido interlocução Ana Elisa Antunes Viviani pesquisa Daisy Perelmutter / Ana Elisa Antunes Viviani / Jackeline Walendy direção audiovisual Sérgio Teichner edição de texto Suely Farah revisão e formatação Edélcio Lavandosk / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira