Anna Verônica Mautner

“Aqui eu aportei para a vida adulta”

Húngara de família judia, mas “ateia há várias gerações”, Anna Verônica Mautner se tornou brasileira através da comida e dos livros: “Para mim, o máximo era comer cocada, goiabada. Em casa não tinha; só aquelas comidas de húngaro, que hoje eu faço. (...) Naquela época eu devorava arroz, feijão, chuchu e macarrão cozido. Eu devorei o Brasil”.

Começou a frequentar a Biblioteca no momento em que aportou na vida adulta, procurando os livros indicados pelo cursinho e encontrando amigos que, como ela, também eram de esquerda. Seu trajeto cotidiano incluía o Theatro Municipal e a Cinemateca. “Não tinha festa, frequentação na casa do outro. Não tinha hora marcada. A Biblioteca e a estátua não saíam do lugar; ficavam aqui nos esperando”.

Anna Verônica Mautner sintetiza uma geração que rompeu as barreiras de classe sócio-econômica que até então restringiam a cultura a poucos: “Antes eram os ricos: Antonio Candido, Sérgio Milliet. Nós fizemos a ruptura. Foi um grande momento”. Formada em Ciências Sociais pela Universidade São Paulo, fez especialização em Psicologia Social, tornando-se, posteriormente, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Da juventude, guarda ainda a lembrança de um momento no qual “a cidade nos dava coisas. Coisas que nos eram de direito e que não precisava pedir, nem implorar”.

 

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Sinopse

Memórias da década de 1950 Sociabilidade e vivências na Biblioteca Mário de Andrade Relação com o espaço público e vitalidade cultural do Centro de São Paulo Escolha do curso de Ciências Sociais Importância da BMA para a sua formação Experiência no DROR (Movimento Sionista Socialista) Trajetória familiar Processo de identificação com o Brasil: livros, comida e novela Relação com o judaísmo Temporada no Rio de Janeiro Percurso profissional Percepções sobre São Paulo Sugestões para a BMA: recuperação do espírito democrático de formação e convívio Críticas à sociedade contemporânea: educação, consumo e sociabilidade Biblioteca pessoal: clássicos

 
Mapa afetivo de São Paulo

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Expectativas e direções para a BMA

- A Biblioteca deve voltar a funcionar como um espaço de convivência e troca.


Ficha Técnica

data 09/08/2006 duração 56 minutos mídia 1DVD / 1VHS transcrição 2O páginas / formato PDF local auditório da Biblioteca Mário de Andrade interlocução Daisy Perelmutter pesquisa Daisy Perelmutter direção audiovisual Sérgio Teichner / Luis Augusto Silva edição de texto Suely Farah revisão e formatação Edélcio Lavandosk / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira