Leilões de Créditos de Carbono

Iniciativas ambientais estão rendendo dinheiro. A venda de créditos de carbono levantou aproximadamente 50 milhões de Euros para a cidade de Sao Paulo

Em virtude da implementação total do sistema de usinas termoelétricas, 20 por cento dos gases de efeito estufa produzidos por resíduos sólidos será neutralizado. Isso significa uma redução de 11 milhões de toneladas de CO2 nas emissões, o equivalente às emissões de 2 milhões de veículos automotores até 2012.

Nesse sentido, os aterros foram capazes de gerar certificados de redução de emissões (CREs) através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) concebido nos termos do Protocolo de Kyoto. Até dezembro de 2007, 2,8 milhões de unidades de CREs ja haviam sido oficialmente registradas, derivados do projeto de gerenciamento de resíduos do aterro Bandeirantes.

O aterro Bandeirantes gerará 8 milhões de créditos de carbono até 2012. Em seu primeiro leilão no mercado de créditos de carbono, a cidade de São Paulo arrecadou 12 milhões de Euros para cerca de 800.000 créditos de carbono negociados a €16.20 por tonelada de equivalentes de carbono. Os recursos obtidos a partir da negociação serão investidos em projetos ambientais nas areas próximas aos aterros.

Em 21 de fevereiro de 2009, duas praças de lazer foram inauguradas pelo Prefeito Gilberto Kassab, Cuitegi e Mogeiro, no bairro de Perus, nas cercanias do aterro Bandeirantes.

A Praça Cuitegi possui 2.300m² e área de lazer, playgrounds, bancos e árvores frutíferas plantadas pelos residentes locais e que foram preservadas pela Prefeitura de São Paulo. Além disso, a área estabeleceu uma ligação entre duas ruas que não se comunicavam, facilitando a mobilidade da comunidade local. A Praça Mogeiro possui 6.897m² de área de lazer e oferece uma pista de caminhadas, área para ginástica, playground, bancos e espaço para atividades comunitárias.

Além das iniciativas já implementadas, há outros projetos que também serão financiados com o dinheiro arrecadado. Um dos mais importantes é a reurbanização de uma área de ocupação ilegal, de acordo com o Programa de Urbanização de Favelas que, além dos trabalhos de regularização, conta com um programa de educação ambiental e com a construção de dois parques lineares para conter a água das chuvas e reduzir a ocorrência de enchentes na região.

Essa foi a primeira vez em que créditos de carbono foram negociados no mercado através de um leilão na Bolsa de Mercadorias e Futuros do Brasil (BM&F). Um segundo leilão dos créditos de carbono resultantes ocorreu em setembro de 2008. Nessa ocasião, as 713 toneladas métricas de equivalentes de CO2 foram compradas a uma taxa de €19,20 cada, resultando em uma receita de quase 14 milhões de euros. Um terceiro leilão está sendo planejado e deve ocorrer até o final de 2009.