Bugio

Mamíferos

 

   
1) Nome Popular : Bugio, barbado, guariba
2) Nome científico : Alouatta fusca clamitans
3) Onde pode ser encontrado em vida livre na cidade:  CR: Parque Estadual da Cantareira, Bairros Parelheiros e Grajaú, remanescentes de mata às margens das represas Billings e Guarapiranga.
4) Biologia: Habitat Vivem em florestas, nas copas das árvores e dificilmente descem ao solo.
Comportamento Apresentam comportamento social vivendo em grupos de 2 a 11 indivíduos liderados por um macho adulto. São pacatos e tranquilos, passando a maior parte do tempo em descanso.
Alimentação Folhas jovens e maduras, pecíolos, flores e frutos de dezenas de espécies de essências nativas.
Reprodução Após um período de gestação de 180 dias a fêmea dá à luz a um filhote. O intervalo entre os nascimentos pode chegar a 22 meses.

Grau de ameaça no Estado de S.Paulo e no Brasil

SP: ameaçado de extinção na categoria vulnerável, ou seja, espécie que apresenta alto risco de extinção à médio prazo.

BR: ameaçado de extinção

5) Relação com a cidade (adaptação, impacto, doenças)  A crescente expansão urbana, principalmente representada pelos loteamentos irregulares, tem provocado a destruição dos remanescentes de mata onde vivem os bugios. A população humana, que passa a ocupar essas áreas, acaba aumentando o impacto sobre a espécie através da caça e da captura para manutenção em cativeiro.
6) Curiosidades(tamanho, coloração, etc) Os machos possuem coloração avermelhada e as fêmeas são marrom escuro ou quase pretas. A grande quantidade de pelos no pescoço e no rosto lembram uma barba ,por isso são também chamados de “barbados”.
7) Histórico e fatos interessantes de animais atendidos: Os bugios são vítimas freqüentes de atropelamentos, agressões por cães, queimaduras por eletrocussão e ferimentos por projéteis balísticos. O encontro de filhotes órfãos também é freqüente.
Em 17/01/95 foi encaminhado a Divisão de Fauna uma fêmea de bugio (2286), adulta, que teve sua mão esquerda queimada por um fio de alta tensão sendo encontrada caída no Horto Florestal. Após 15 dias de internação, onde foram feitos curativos diários e antibioticoterapia, o animal se recuperou, sendo solto no Parque da Cantareira.
Um bugio, macho, adulto (8220), deu entrada na Divisão de Fauna em 19/12/87 com histórico de atropelamento. Ao exame clínico o animal apresentava fratura do primeiro molar superior direito, o olho direito edemaciado e escaras ao redor da narina. Foi medicado com anti-inflamatório e antibiótico, permanecendo internado para total recuperação.
Os bugios sofrem também com os desmatamentos e com a urbanização desordenada, sendo freqüentemente encontrados e capturados próximos a residências. Foi o caso de uma fêmea (8577), adulta, encaminhada a Divisão de Fauna em 13/02/98 tendo sido resgatada de uma área invadida da represa Billings. Após período de quarentena, uma vez estando saudável, foi colocada junto com o bugio, macho, anteriormente citado, que também já se encontrava em boas condições de saúde. O casal se relacionou muito bem sendo mantidos na Divisão de Fauna até que fosse encontrada, pela equipe de biólogos, uma área adequada para soltura dos animais. Em cativeiro receberam como alimentação folhas de ficus, paineira, embaúba, pau-jacaré para que se adaptassem novamente aos alimentos existentes na natureza. Em 30/6/98 foi observada cópula entre os bugios e para felicidade de toda a equipe, em 2/1/99 nascia, em cativeiro, um pequeno filhote macho. Após 2 meses de observação, estando toda a família bem, foram encaminhados para uma área na represa Billings onde foram soltos após período de adaptação.
8) Fontes consultadas *Silva Jr., E.C. 1981. A preliminary survey of brown howler monkeys (Alouatta fusca) at the Cantareira Reserve , São Paulo, Brazil). Rev. Bras. Biol., 41(4): 897-909.
*Neville, M.K. et al. The howling monkeys, Genus Alouatta. In: Ecology and behavior of neotropical primates, vol. 2,
R.A. Mittermeyer, A.B. Rhylands, A.F. Coimbra - Filho & GAB da Fonseca, Eds,World Wildlife Fund, Washington DC. Pp 349-453.
*Arquivos da Divisão