Casa Florescer realiza bate papo com Maite Schneider e Laerte Coutinho para falar sobre transição, gênero e demandas

O encontro pôde proporcionar reflexões, mudanças e representatividade para o público LGBT

Fotos: Divulgação
Texto: Juliana Liba

Partilha, conhecimento e empoderamento são práticas que o CAE Florescer (Centro de Acolhida Especial para Mulheres Transexuais e Travestis) procura exercer diariamente com as meninas da casa, por meio de atividades que visam à reinserção na sociedade e no mercado de trabalho. Procurando efetivar essas ações, o serviço promoveu um bate papo com a Maite Schneider, transexual, militante, vice-presidente do Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais (CAIS) e uma das fundadoras do TransEmpregos, que levou a amiga cartunista, chargista e transgênero, Laerte Coutinho para participar.

O encontro, que ocorreu no dia 17/04, contou com a participação de 35 pessoas, entre conviventes, equipe do TransInformativo, o grupo do Diver Time Brasil (time de vôlei LGBT) e Doria Miranda, fundadora do Chá da Beleza. O bate papo teve início com a apresentação pessoal de todas as meninas, que ouviram atentas as histórias das convidadas.

Ambas compartilharam seu processo de transição, desde o que permeou na decisão, bem como os avanços e retrocessos das demandas do público LGBT.

Segundo o gerente da Casa Florescer, Alberto Silva, ter essa troca de experiências com pessoas que estão em ascensão traz a representatividade, sendo importante para mostrar às meninas que elas são capazes. Sendo assim, ele frisa a necessidade da articulação da rede interna e externa para possibilitar mudanças e reflexões. Alberto ainda salientou que cada transição tem seu tempo, porque cada pessoa é uma e possui sua particularidade. “O importante é você sentir a mulher dentro de você mesmo”, disse.

Outro assunto importante que o bate papo pôde proporcionar, além do autoconhecimento, foram os paradigmas criados a respeito do público LGBT e os preconceitos, inclusive entre eles mesmos. Laura, 24 anos e convivente do Florescer há dois meses, comentou que há uma diversificação de gênero e que o respeito precisa existir para todos. “Com a conversa, passei a me entender mais e entender o lado das outras pessoas. Tenho uma perspectiva de vida melhor e isso vai me ajudar a ter uma mente mais aberta”, falou Laura.

Para Maite Schneider, o encontro também foi de extrema importância por conhecer outras histórias e por estar agregando valores. “A Casa Florescer faz um trabalho digno de empoderamento das meninas. Com certeza o serviço é continuação um pouquinho de mim, de tudo que acredito de bom do mundo e que desejo para a sociedade”, finalizou.