Sarau Poesia É da Hora no CAE Florescer mostra a importância da diversidade e acolhimento para transexuais e travestis

 

Texto: Letícia Weinz
Fotos: Divulgação

Praticar o amor e o respeito. É essa ideia que o CAE Florescer (Centro de Acolhida Especial para Mulheres Transexuais e Travestis) em parceria com o coletivo Poesia É da Hora realizaram no último sábado (12/05), com a 66° edição do Sarau Poesia é da Hora. O Centro de Acolhida procura realizar essas ações artísticas para mostrar a importância do empoderamento, resistência, diversidade e acolhimento para transexuais e travestis.

O Sarau contou com mensagens de paz, músicas, poemas, história de vida e reflexão através das freiras franciscanas, banda Lets Rock e apresentações musicais e performances de algumas conviventes, e até de ex-conviventes, que hoje se encontram em suas residências.

Para Alberto Silva, gerente da Casa Florescer, é essencial utilizar a arte como espaço político de socialização. “É de extrema importância levar a diversas formas de expressões culturais para os espaços de acolhimento, utilizando a intervenção como ferramenta de transformação, reflexão e empoderamento, através da música, da dança, da poesia, da literatura, entre outras formas de expressão artística”, afirmou.

A ex-convivente da Casa Florescer, Tati Dell Campo Belo esteve presente também para mostrar como a arte contribui na vida das pessoas e que como foi importante o serviço para ela. “Hoje estando em minha autonomia, agradeço muito a oportunidade que tive aqui nesta Casa de muito aprendizado. Aprendi que através da arte consigo passar minhas emoções. Ações como está nos fazem acreditar em outras possibilidades. Hoje tenho minha dignidade e respeito”, disse.

A presença da Unidade Móvel LGBT também foi um dos destaques do evento. Aline Marques e Paula da Costa prestaram serviços e orientações para as mulheres que precisavam de informação.

Esse já é o terceiro ano consecutivo em que é realizado o sarau na Casa Florescer. “Para mim, em particular, fazer o sarau com as meninas do Florescer tem sido um grande aprendizado como ser humano, como profissional, poder ouvir as histórias das meninas, suas angústias, seus sorrisos, suas resistências é pura inspiração,” comentou Marah Mends, escritora, poetisa e integrante do Coletivo Poesia É da Hora há mais de seis anos.

O Sarau teve aproximadamente seis horas de duração, que foi finalizada com a voz de Amanda Gonçalves e Rodrigo, com uma roda de olhares e muitos abraços. Momentos que teve muita emoção, discursos, lágrimas, protesto, e lembranças de Matheusa.