Chef’s de tradicionais restaurantes paulistanos se reúnem em jantar solidário em Centros de Acolhidas da SMADS

Cerca de 600 conviventes da região central da cidade participaram do projeto “Caldo dos Chef’s”

 Um dos chefs de cozinha está mexendo um caldeirão de sopa de legumes na cozinha.

Texto: Mônica Quiquinato
Fotos: Leonardo Hirai

Nesta quarta-feira (7/8), os conviventes do Complexo Prates, do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) Prates III e da Casa Florescer, localizados no Bom Retiro, participaram de um jantar especial oferecido por renomados chef’s de restaurantes tradicionais da cidade de São Paulo. Foram servidas mais de 600 refeições. É a primeira vez que foi realizado o projeto “Caldo dos Chef’s” nos centros de acolhimentos.

Numa iniciativa inédita entre poder público e privado, o “Caldo dos Chef’s”, foi idealizado pelo chef Fábio Minato, proprietário do restaurante japonês Minato. A ação solidária para as pessoas em situação rua contou com a participação dos proprietários dos restaurantes: Paulo Zegaib, do Dinho’s Restaurante, Silvia Perassi, da Vinheria Percussi, Marcos Rosa, da Pizza Chena, Leo Nory, da Noriyuki Sushi Bar e a sommelier Flávia Prado. Outros empresários convidados também participaram do evento.

De acordo com Minato, o objetivo da ação é aproveitar ao máximo o alimento e manipulá-lo de forma correta, sem desperdício. “Valorizamos cada nutriente para torná-lo o mais saudável possível”, explicou. “Nas próximas edições vamos sugerir outros cardápios como macarronada ou yakissoba e saber o que os conviventes querem”, acrescenta.

A CEAGESP, por meio de doações recebidas pelo Banco CEAGESP de Alimentos (BCA), participou também da ação doando quase 700 quilos de alimentos. Entre eles: brócolis, cenoura, salsa, salsão, cebolinha, laranja, pimentão, jiló, couve, melão, tomate, abacate, mandioca, mandioquinha, cebola e folha de beterraba.

De acordo com a secretária da Assistência Social e Direitos Humanos e Cidadania, Berenice Giannella, há uma iniciativa por parte da Prefeitura da Cidade de São Paulo de articular junto com as instituições beneficentes, uma maneira de atrair este público para dentro dos Centros de Acolhida e, assim, aprimorar o trabalho socioeducativo. “Como consequência, haverá o aperfeiçoamento da jornada de autonomia, processo por meio do qual a pessoa em situação de rua pode conquistar independência após a passagem pelos serviços socioassistenciais”, relata.

O convivente do CTA Prates III, Reginaldo Ferreira, está há um mês em vaga fixa no centro de acolhida, disse que a iniciativa foi ótima e espera que aconteçam outras. “A comida estava maravilhosa”, afirma. Já o convivente Macalu Neeyeli, da Costa do Marfim, está há seis anos no Brasil e há um ano no centro de acolhida, comentou que a ação poderia acontecer mais vezes.

O Complexo Prates conta com amplas instalações que comportam desde dormitórios, banheiros, sala de TV, lavanderia, biblioteca, horta comunitária, salão de atividades, espaço de convívio, cozinhas e atendimento social. No local estão localizados dois Centros de Acolhida para adultos (Prates I e Prates II), um Núcleo de Convivência para pessoas em situação de rua, um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Ao lado há o Centro de Acolhida Especial para Mulheres Transexuais (Casa Florescer) e o Centro Temporário e Acolhimento Prates III.

Mais de cem conviventes jantam em mesas brancas de plástico no refeitório.

Secretária da SMADS, Berenice Giannella, o idealizador do projeto, Fábio Minato, funcionários da SMADS e do equipamento em pé no refeitório do serviço com a placa do centro temporário de acolhimento.