Texto: Helena Lima
Fotos: Acervo

O Centro Educacional Unificado (CEU) São Mateus foi palco do I Seminário de Medidas Socioeducativas, promovido pelo Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) e  os Serviços de Medidas Socioeducativas (MSE's) Juventude e Cidadania, Arte de Viver e Dias Melhores no dia 26/09. Com o tema “A socioeducação responsabiliza e muda vidas”, o evento contou com café da manhã coletivo e com a presença de mais de 200 pessoas.

O objetivo da iniciativa foi enfatizar a busca coletiva de novos caminhos por meio de articulação em rede, que facilita a inserção dos jovens em meios protetivos, além de pensar ações de combate à violência vivenciada pelos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.

O ex-convivente do Medida Socioeducativa em Meio Aberto (MSE/MA), Lucas Quentino, revela que estes eventos demonstram que existe possibilidades para os jovens negros que enfrentam todos os dias o racismo dentro da sociedade. O jovem relembra as dificuldades que passou quando ainda trabalhava na rua como flanelinha e sofria com a violência policial. “Certa vez fui abordado por um policial de uma forma abusiva, que me fez sentir humilhado por morar na rua”, conta Quentino.

O seminário contou ainda com a participação de jovens em medidas socioeducativas, educadores sociais do Centro para Juventude (CJ) São Francisco, técnicos do MSE/MA de São Mateus, técnicos do Ministério Público do Núcleo de Assessoria Técnica Psicossocial (MP – NAT), técnicos da Defensoria dos Centros de Atendimento Multidisciplinar (CAM), técnicos do CREAS São Mateus e estagiários de Serviço Social. O seminário contou com palestras do sociólogo e doutor em Ciências Sociais pela UFSCAR, Evandro Cruz Silva, o coordenador do Núcleo de Formação e Cultura do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA) Sapopemba, Sidnei Ferreira e Elaine Mineiro coordenadora da UNEafro Brasil.

Para Marilda Fonseca, Assistente Social do CREAS São Mateus e gestora de parceria do MSE/MA, o grande ganho do evento foi a participação significativa dos jovens e adolescentes. “Acredito que o evento ao abordar a violência abriu um espaço de debate importante no território e criou possibilidades de discutir coletivamente os problemas de mortes constantes de adolescentes e jovens em São Mateus”, enfatiza Marilda.