Texto: Natalia Nora Marques
Foto: Acervo

As aulas de reforço escolar já aconteciam no Centro de Acolhida Especial para Famílias (CAE) Canindé em anos anteriores, mas eram esporádicas e geralmente aconteciam antes das provas das crianças e dos adolescentes acolhidos. Atualmente elas acontecem cerca de três vezes por semana com os educadores do serviço sendo dois deles pedagogos e um historiador.

Com as aulas à distância e a situação de vulnerabilidade dos acolhidos, a educação torna-se um desafio ainda maior. Por isso os períodos de aprendizado proporcionados pelo serviço são tão importantes, a assistente técnica Olíria Ribeiro Costa conta que “cada criança e adolescente recebe a atenção e ajuda necessárias para o aprendizado individual”. Para a segurança de todos, as salas são grandes, arejadas e passam por higienizações antes e depois dos usos.

Além do reforço escolar, o equipamento passou a oferecer aulas de capoeira no local desde março desse ano. Duas vezes por semana, o professor e orientador José Augusto de Souza ensina os fundamentos físicos, teóricos e instrumentais dessa expressão cultural. As aulas são oferecidas para pessoas de todas as idades em turmas divididas por faixa etária e estão sendo bem aceitas pelos acolhidos.

Os resultados das aulas são perceptíveis, a assistente técnica afirma que houve grande evolução no aprendizado das crianças, sendo que algumas “até mesmo aprenderam a ler por conta do reforço ofertado no serviço”, relata Costa. Tendo maior familiaridade com o ensino, os acolhidos se sentem mais motivados a assistirem as aulas nas escolas, passando a se dedicar mais aos estudos.

Também é perceptível a melhora dos alunos com a prática de capoeira, “com as aulas, a coordenação motora, a dedicação e principalmente a atenção melhoram muito”, comenta Souza. E devido ao apoio oferecido pelo equipamento, as famílias em situação de vulnerabilidade têm maiores chances de desenvolver autonomia para mudar suas condições de vida.