Centro para Crianças e Adolescentes de M'Boi Mirim desenvolve projeto de valorização da história

Cada atendido pelo serviço está montando um livro sobre a própria história

No centro da imagem estão duas capas dos livros pitadas pelos atendidos em folhas sulfite. A capa da esquerda foi pintada de vermelho e azul com a frase “minha história, minha vida”. A capa da direita tem pequenos desenhos espalhados com a frase “minha vida sempre foi assim” no centro

Texto: Natalia Nora Marques
Fotos: Acervo

Nos últimos dois meses está sendo desenvolvido um projeto no Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Cidade Ipava, Zona Sul de São Paulo, chamado “Minha história, minha vida”. A ideia consiste em cada um dos atendidos escrever e ilustrar um livro contendo informações sobre as próprias histórias.

Os temas abordados no livro foram escolhidos pelos orientadores para desenvolver o autoconhecimento das crianças e dos adolescentes, dessa forma eles podem ter acesso e desenvolver a curiosidade a respeito de fatos que muitas vezes não pareciam relevantes. A árvore genealógica, a origem de cada nome, os costumes familiares e informações sobre suas casas foram algumas das temáticas abordadas pelo livro.

A atividade está sendo desenvolvida semanalmente com os atendidos que frequentam CCA de maneira presencial, para aqueles que estão realizando o projeto à distância, os materiais com as cartas de instruções estão sendo disponibilizadas pelo serviço.

A gerente do serviço, Eunice Fernandes, explica que um dos objetivos do CCA é o fortalecimento de vínculos, mas “para que isso seja possível, primeiro eles precisam entender quais são esses vínculos”. E conhecer a própria história promove essa comunicação com os pais ou responsáveis a respeito do passado, fazendo com que momentos de união em família se tornem mais frequentes.

Para que o projeto pudesse funcionar, o orientador socioeducativo, Gilsemar de Oliveira, conta que houve uma “sensibilização a respeito da importância da própria história”, pois muitos dos atendidos não tinham consciência disso. Além da relevância para as próprias crianças, a gerente do serviço afirma que a atividade “também funciona como forma de os funcionários do CCA conhecerem mais os atendidos e suas famílias”.

O projeto foi muito bem recebido pelas crianças, que “ficaram empolgadas quando perceberam que outras pessoas leriam suas histórias e que elas eram importantes”, conta Oliveira.

Conforme os livros estão sendo organizados, os pais estão sendo convidados aos poucos para visitarem o CCA e verem o desenvolvimento do projeto, de maneira dividida para evitar aglomerações. A resposta por parte deles também foi positiva, principalmente por conta da experiência de reviver as histórias de seus filhos.

Em uma mesa de madeira estão três meninos sentados pintando suas folhas com os materiais que estão no centro da mesa.