Oficina de contorcionismo ensina e diverte atendidos do Circo Social

Serviço da Brasilândia oferece atividades diárias de flexibilidade e portagem

 

No centro da foto estão dois meninos realizando uma atividade de portagem, enquanto um deles está com as costas no colchonete e com os joelhos dobrados para cima, o outro está com as mãos apoiadas nos joelhos do colega e com o corpo em posição semelhante à parada de mãos
 

Texto: Natalia Nora
Fotos: acervo

O Circo Social Brasilândia, localizado na Zona Norte de São Paulo, passou a oferecer uma oficina de contorção no início do mês de julho. As atividades acontecem diariamente no local e variam de acordo com as habilidades e com os interesses de cada aluno. Existem quatro turmas que participam da oficina, cada uma delas é composta de até 15 atendidos que praticam por cerca de 40 minutos.

Para dar início aos exercícios, o oficineiro, Flávio Nascimento da Silva, passou algumas atividades de compreensão corporal para que as habilidades e dificuldades de cada aluno fossem percebidas. A princípio, a flexibilidade e a força foram os maiores obstáculos encontrados para a realização das atividades, mas Silva explica que “todos os movimentos do circo são complexos, mesmo os que parecem mais fáceis”.

De acordo com ele, cada pessoa possui um histórico único de exercícios e capacidades, fazendo com que uma mesma atividade tenha níveis de dificuldade diferentes para cada um. Cada encontro de realização da oficina é feito em conjunto, mas podem variar entre exercícios para força, flexibilidade, portagem e acrobacias, dando oportunidade para que novos interesses sejam desenvolvidos pelos atendidos.

As habilidades circenses são adquiridas com muito treino e repetição, o oficineiro explica que não existe um prazo para o fim das aulas, pois “apenas com mais tempo de prática eles vão conseguir realizar os objetivos”. E mesmo com a evolução notável nessas últimas semanas, é necessário que os treinos não sejam abandonados para que não haja perda de flexibilidade.

Mas os atendidos não demonstram interesse em deixar a oficina, segundo Silva “muito pelo contrário, eles cobram novos movimentos e acrobacias durante as aulas”, dessa forma, os treinos são adaptados para satisfazerem os objetivos de cada um deles. Conforme essas metas são atingidas, os atendidos sentem-se mais confiantes e empolgados para continuarem se aprimorando.

O oficineiro também conta que quando era criança frequentou o Circo Social e o que começou como uma diversão passou a ser seu propósito de vida, “o circo traz esperança, promove trocas de experiências, melhora os comportamentos e o convívio social”. Tudo isso influenciou a infância e a adolescência de Silva, que depois retornou ao serviço pelo qual foi atendido para passar seus aprendizados para novas crianças e adolescentes.