Centros de Defesa e de Convivência da Mulher - CDCM participam da campanha mundial " 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher"

No cronograma dos serviços da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) estão programados palestras, oficinas, roda de conversa, apitaço e até um cortejo, previsto para 10 de dezembro em Cidade Tiradentes, na Zona Leste.

 Texto: Rosangela Araujo

 

A campanha “21 dias de ativismo” vem sendo realizada no Brasil desde 2003 e, desde o início, a SMADS participa das atividades. Neste ano, o calendário de ações inclui atividades de conscientização e reflexão, e discussão sobre formas de enfrentamento das diferentes violências de gênero. A campanha começou em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Entre as atividades preparadas para os 21 dias de ativismo estão exibição de documentários como o “Mexeu com uma, Mexeu com todas”; visita à Pinacoteca do Estado e passeio na natureza; palestras sobre temas como relacionamentos abusivos e abuso sexual, comunicação não-violenta e saúde da mulher e direito reprodutivo. Também estão sendo realizadas rodas de conversa sobre temas relacionados ao combate da violência e um grande cortejo marcará o encerramento das atividades de luta na próxima sexta-feira, dia 10.

Números da violência contra a mulher

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2020 17 milhões de mulheres foram vítimas de alguma forma de violência no Brasil. Os números, considerados alarmantes por especialistas, indicam a necessidade de investimento de toda a sociedade civil e de elaboração de políticas públicas capazes de romper com o machismo cultural e histórico.

Pesquisa feita em 2019 e apresentada em março deste ano pela Rede Nossa São Paulo revela que, na cidade de São Paulo, a maioria das mulheres sente-se vulnerável em espaços públicos e acredita poder ser alvo de todos os tipos de violência na rua, principalmente quando estão sozinhas.

Para se ter uma ideia, 52% das mulheres entrevistadas consideraram o transporte público como o local mais propício para ser vítima de assédio. O aplicativo de celular é o principal meio de denúncia que as mulheres sentem confiança em acionar. As mulheres também defendem mais rigor por parte das autoridades e mais serviços de proteção à disposição: 42% delas responderam que a rede de proteção deve crescer e 56% se disseram favoráveis ao aumento de penas para os que praticam qualquer crime de violência contra a mulher.

A pesquisa da Nossa São Paulo foi realizada com base em uma amostragem de 425 mulheres da cidade de São Paulo, sendo que 50% delas representavam a faixa etária acima de 45 anos; 51% eram negras; 57% integravam a chamada classe C e 54% tinham renda familiar de até dois salários-mínimos.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 1350 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil em 2020: um recorde, em plena pandemia de Covid-19. Especialistas no tema ressaltam que o número de subnotificações é grande e, portanto, as estatísticas podem ser ainda maiores.

SMADS investe no apoio integral à mulher

A SMADS tem investido na diminuição desses números, ampliado sua rede de assistência e incentivado as mulheres a denunciarem qualquer tipo de violência. Hoje, a secretaria conta com 15 CDCMs, nos quais há 1.610 vagas. Disponibiliza também 31 Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) espalhados na cidade.
Na Política Municipal de Assistência Social está definido que esses serviços contribuam com a proteção e apoio integral às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Isso significa oferecer atendimento psicossocial, orientações e encaminhamento jurídico. Para a superação das situações de violências, os serviços investem em ações cujos focos centrais são o rompimento dos padrões violadores de direitos e a prevenção dos riscos sociais dessas pessoas.

Confira abaixo a programação
dos Centro de Defesa e de Conivência da Mulher e dos Centros de Integração Social da Mulher da cidade de São Paulo durante a campanha “21 Dias de Ativismo”:

CDCM – Cidade Tiradentes
10 de dezembro – Cortejo - 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher saída -Concentração Rua Areia da Ampulheta, 101 – CDCM Cidade Tiradentes

CDCM – Guaianazes
02 de dezembro - Visita à Pinacoteca com as mulheres do serviço em atividades de encerramento com o Projeto "Olhares Plurais", criado em parceria com o Programa de Inclusão Sociocultural da Pinacoteca, com o objetivo de estimular as percepções artísticas das mulheres, por meio do contato com as obras de arte e suas próprias histórias.

CISM – Casa Verde 10/12 - Exibição do Documentário “Mexeu com uma, Mexeu com todas “.

CDCM – Casa Zizi
10/12 – Roda de Conversa de reflexão com as mulheres
10/15 – Celebrando a Vida – Momento de Integração, Lazer e Cultura – Interior de São Paulo – Passeio de Natureza

CDCM – Casa Mariás
07/12 – Palestra para as mulheres sobre Prevenção – Abuso Sexual Infantil e relacionamentos abusivos na adolescência.
09/12 – Palestra - Comunicação não violenta

DCM – Margarida Maria Alves
 07/12 - Saúde das Mulheres e Direito Reprodutivo
 

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