A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer

A frase foi repetida como palavra de ordem muitas vezes durante o cortejo que encerrou a campanha mundial “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” no CDCM Casa Anastácia, em Cidade Tiradentes

Senhora de máscara segurando um cartaz com a mão esquerda com a frase “Esse ano eu não morro” e segurando um chocalho com a mão direita. Ao redor dela há várias mulheres, crianças e adolescentes que participaram da manifestação

Texto: Marianne Seixas 
Fotos: Beatriz Paixão

O Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM) – Casa Anastácia, localizado em Cidade Tiradentes, na Zona Leste, realizou na sexta-feira (10) um cortejo pelo fim da violência contra as mulheres, o machismo, o racismo e a LGBTFobia. O ato reuniu dezenas de pessoas que percorreram as ruas do bairro entoando palavras de ordem, chocalhos e cartazes por meio dos quais expressaram o desejo de uma sociedade de paz, mais justa e sem preconceitos.

O cortejo teve participação de integrantes de serviços da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) em Cidade Tiradentes, como o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Crispin de Vila Paulista, o Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (Cedesp) Estação do Saber, o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) e oProteção Jurídico Social e Apoio Psicológico (NPJ). Alguns serviços de Guaianases também marcaram presença. Foi o caso do CCA Jardim Lourdes e do CDCM Casa Viviane dos Santos. Também havia participantes do Coletivo Maracatu Sem Nome, Mas Com Endereço, do Coletivo Juntas na Luta e do Núcleo de Teatro Filhas das Ditas.

Um dos principais objetivos do cortejo foi jogar luz sobre a luta pela igualdade de direitos para mulheres, e políticas públicas que estão sendo desenvolvidas nessa área. A importância de a mulher estar na linha de frente da luta por seus direitos e da organização da sociedade civil em torno de melhores estratégias para combater violência doméstica, preconceito de etnia, gênero e identidade também estiveram em evidência.

Durante o cortejo, cânticos como “Companheira me ajuda, que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”; “Se tem violência contra mulher a gente mete a colher” e “Maria da Vila Matilde” da cantora Elza Soares, foram entoados. Os participantes carregavam cartazes com símbolos feministas e frases inspiradoras, e as crianças e adolescentes dos CCA’s colavam cartazes pelo percurso com frases do tipo “Não é amor quando: ele controla as roupas que você usa.”

Benedita dos Santos, de 72 anos, frequenta o CDCM desde 2012 e contou: “Esse serviço foi muito importante na minha vida. É uma casa muito acolhedora, que me ajudou a passar por momentos difíceis. Gosto muito daqui e de todo mundo que frequenta.”

“Mulheres que estiverem precisando, procurem a Casa Anastácia. Lá é onde você é acolhida, é bem recebida. Você entra como um vaso velho e sai como um vaso novo, destacou Benedita.

Núcleo de