Carnaval: Serviços da rede socioassistencial promovem dezenas de atividades para alertar e prevenir contra a exploração sexual e o trabalho infantil em SP

Crianças e adolescentes em todos os distritos estão passando pelo aprendizado que contribui para evitar práticas criminosas. Em locais como Casa Verde, na Zona Norte; Sapopemba e Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, foi possível exercitar formas de identificar e combater ameaças, que costumam crescer nessa época do ano

            Em uma calçada com dois carros estacionados, crianças com máscaras de carnaval seguram cartazes contra o abuso e a exploração sexual infantil.


Texto Final: Roberto Vieira com colaboração de Larissa Rodrigues e Júlia Alves
Foto: Arquivo


Os serviços da rede socioassistencial buscam sempre conexão com temas relevantes e datas importantes do nosso calendário. No Carnaval, maior festa popular do País, não poderia ser diferente. A festa representa, além de toda brincadeira saudável e lúdica, mais uma oportunidade para falar sobre assuntos importantes e, dessa forma, proteger a infância e a adolescência dos pequenos.

O Carnaval torna-se, assim, uma ocasião em que a abordagem de temas como exploração sexual e trabalho infantil é oportuna e deve ser feita em tom de alerta. Para além de explorar as riquezas culturais dessa grande festa, os equipamentos da rede realizaram atividades com o objetivo de conscientizar a todos sobre como se proteger dessas práticas criminosas.

Casa Verde - No distrito, destaque para iniciativas como a ‘Campanha Peti” (Programa de Erradicação Infantil) organizada pela Supervisão de Assistência Social (SAS) de Casa Verde. A iniciativa conscientiza crianças e adolescentes com até 16 anos e tem como objetivo evitar que sejam obrigados a trabalhar. O alvo é combater o uso dessas crianças e adolescentes atuando em atividades de venda de produtos nos semáforos, fazendo práticas circenses como o equilíbrio de malabares, ou mesmo apenas pedindo esmolas, principalmente, durante o Carnaval.

As atividades das redes de serviços socioassistenciais no distrito de Casa Verde também têm foco sobre o combate à exploração da prostituição de meninas na faixa etária entre 12 e 16 anos, ocorrência que também tem maior incidência quando cresce o turismo na cidade.

Segundo a SAS aproximadamente 500 crianças e adolescentes estão participando das atividades que tentam orientar e alertar sobre como evitar assédios e ameaças a respeito.

Ainda na mesma região, a SAS realizou uma parceria com um shopping de grande fluxo diário de pessoas, e no qual se vê com frequência crianças vendendo doces na praça de alimentação. Por meio da parceria foi feita uma ação na qual foram distribuídos folders e panfletos aos funcionários das lojas internas e também localizadas nas imediações. No material há instruções e procedimentos a seguir diante dessas situações.

Ermelino Matarazzo – O Centro de Referência e Assistência Social (Creas) de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, já atua de maneira regular junto ao Serviço de Proteção Social a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência (SPVV). Mas, no Carnaval, os esforços para coibir crimes contra os pequenos são redobrados.

Na segunda-feira, 21 de fevereiro, por exemplo, houve oficinas de sensibilização em referência aos abusos, à exploração sexual e ao trabalho de crianças e adolescentes no Centro para Criança e Adolescente (CCA) Marielle Franco. As atividades, que foram conduzidas por psicólogas e assistentes sociais, contou com a participação de 23 crianças com idades entre seis e 14 anos de idade.

As atividades foram desenvolvidas respeitando critérios como a faixa etária dos presentes, sempre de forma lúdica e específica para cada grupo.

Para crianças mais novas foi aplicada a metodologia musical de sensibilização, por meio da canção “Cabeça Ombro Joelho e Pé- Bob Zom”, abordando temas como o corpo humano, o toque abusivo e a autoproteção. As crianças produziram cartazes completando as partes do corpo humano, utilizando as mãos e tinta guache, e responderam com ajuda de placas as questões que tratavam de abuso sexual.

Para os adolescentes, a dinâmica teve como base um vídeo explicativo sobre violência infantil e também resultou na produção de cartazes com fotos e frases sobre a temática. Foi feita ainda uma roda de conversa, na qual dúvidas foram levantadas e respondidas.

Sapopemba – Frequentadores da rede no território de Sapopemba também puderam participar de campanhas com a temática de exploração sexual e trabalho infantil nesses dias que antecederam o Carnaval. Os educadores da rede apresentaram o tema em oficinas lúdicas, considerada uma das melhores ferramentas para se tratar de um assunto de tamanha delicadeza e complexidade.

Em 23 de fevereiro, os CCA´s Jardim Sinhá e Jardim Sapopemba promoveram atividades de enfrentamento e prevenção a esses dois crimes cometidos contra crianças e adolescentes. De acordo com os orientadores socioeducativos, a ideia foi trabalhar estratégias de prevenção e desenvolver junto com os atendidos, conforme previsto na legislação de garantia da proteção e dos direitos da infância e da adolescência.

As turmas foram formadas em dois períodos (matutino e vespertino). Houve roda de conversa, confecção de cartazes simbólicos em grupo, exposição da temática e gravação de vídeo preventivo com crianças de 12 a 14 anos de idade. Os educadores abordaram os temas com criticidade, todavia, considerando sempre o uso da estratégia em conformidade com a faixa etária e a tipologia dos serviços.

Campanha Lembrar é Combater

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), está promovendo nas redes sociais a campanha ‘Lembrar é Combater’, como forma de contribuir no combate efetivo da exploração sexual e do trabalho infantil. A campanha é feita em parceria com a Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (CMESCA) e com a Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil (CMETI).

A ação tem como objetivo alertar as pessoas sobre a recorrência dessas práticas criminosas que, estatisticamente, registram maior crescimento em períodos como o do Carnaval. A campanha faz o alerta e orienta sobre as formas como é possível denunciar qualquer tipo de ameaça ou crime.

Para saber mais detalhes sobre a campanha, basta acessar o site da SMADS, por meio do link:

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/noticias/?p=325582