Apresentação das crianças do Circo Social integram estudantes e comunidade

Texto: Rosangela Araujo 
Colaboração: Marianne Seixas
Fotos: Arquivo SMADS

Desde 1988, serviços de atendimento às crianças e adolescentes passaram gradativamente por um processo de municipalização. Com o circo-escola, isso começou a ser feito a partir de 2010, quando a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) entendeu a oferta dessas atividades e realizou a adequação para serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, ainda funcionando como projeto.

Cinco anos mais tarde, por meio da resolução 1070 do Conselho Municipal de Assistência Social (Comas), foi aprovada a Norma Técnica do Circo Social. Desde então, esta modalidade tem sido inserida nas comunidades como uma das formas de contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

O Circo Social tem como objetivo utilizar as linguagens artísticas como instrumento pedagógico. No geral, apresentam atividades que favorecem, tanto o aprendizado de habilidades específicas circenses - por meio da arte-educação - quanto a discussão de questões pertinentes ao exercício da cidadania e autonomia, além de fortalecer vínculos de amizade, família e a relação em comunidade.

É necessário destacar também que em todos os serviços há um trabalho voltado tanto para atendimento e orientação às famílias, quanto aos direitos sociais, benefícios e projetos que potencializam a rede de apoio comunitário. As oficinas de circo, por exemplo, estão presentes no dia a dia dos serviços da rede e são ferramentas consideradas muito importantes.

O Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Bandeirantes, em M’Boi Mirim, zona sul da cidade, é uma amostra de equipamento público que tem a oficina de circo como uma de suas atividades. Antônia Sampaio é gerente do serviço e faz questão de enumerar os ganhos contidos nas atividades circenses.

“As técnicas de juntar teatro, música, trabalho corporal, vocal, criação, brincadeiras, proporcionam à garotada uma forma lúdica de saber viver, a importância do humor, da alegria, e o equilíbrio para tocar a vida. Tornar-se seguro, aprender a cair e levantar, repetir e repetir até acertar, persistência. Todos esses valores são aprendizagens disponíveis por meio do circo como forma de atividade lúdica transformadora de situações, diz. A oficina de circo do CCA Bandeirantes acontece todas as sextas-feiras, das 9h às 11h e das 14h às 16h.

 

Trabalhar o equilíbrio é uma das atividades no circo social

 

O Circo e seu contexto histórico

O circo é um movimento cultural, social e artístico que circula no mundo já há alguns séculos. De acordo com historiadores, as práticas circenses já existiam há mais de quatro mil anos nas sociedades imperiais da China, Grécia, Egito e Índia. 

A palavra circo tem origem no latim "Circus", que significa "círculo" e o primeiro homem a tornar esta arte um grande espetáculo para as massas foi o inglês Philip Astley, em 1768. Um dos mais famosos circos de todas os tempos foi o Circus Maximus, que nasceu na Roma Antiga, no século IV, com capacidade para 150 mil espectadores. O lugar era palco de apresentações de lutas e esportes. O Circus Maximus foi substituído décadas depois pelo Coliseu. O primeiro homem a tornar o circo como um grande espetáculo para as massas foi o inglês Philip Astley, em 1768.

 

     Circus Maximus – Atlas Van Loon, Wikipédia

Com a expansão urbana europeia, as atrações circenses foram ganhando espaço e levando entretenimento. A capacidade logística deles chegou a ser analisada para serem utilizadas como táticas de guerra. O circo atravessou fronteiras no século XIX, migrando para a América com a tradicional família Taplin, que contribuiu para popularizar o circo com esse modelo de variedades de picadeiro, palhaços, malabaristas, trapezistas, contorcionistas, domadores de animais, equilibristas na corda bamba, engolidores de espadas.

O circo nacional

No Brasil, o circo sempre esteve intimamente relacionado com a forma de viver das comunidades ciganas. Eles apresentavam técnicas do ilusionismo às várias regiões por onde passavam e foi desta forma que foram levando divertimento aos quatros cantos do país. No entanto, apenas na década de 70, o dia 27 de março foi instituído para celebrar o “Dia do Circo”.

O circo foi o único palco onde músicos e atores em início de carreira podiam se apresentar. Artistas como Chitãozinho & Xororó e Luiz Gonzaga, por exemplo, começaram suas carreiras no picadeiro. Os brasileiros se divertiram com artistas circenses que ganharam fama, dentre eles, os conhecidos palhaços Piolin, Arrelia, Carequinha, os atores Marcos Frota, Domingos Montagner e Tiririca, hoje deputado federal.

O movimento artístico passou por muitos altos e baixos, guerras, crises econômicas, a chegada do rádio, da televisão, a discussão em torno da utilização de animais e as novas tecnologias de entretenimento. Toda essa trajetória impôs aos artistas circenses reinventar suas atrações para permanecer chamando atenção das multidões.

As atividades desenvolvidas pelo Circo Social

 

Circo Social Vila Ré - SAS Penha
Rua Santo Henrique, 50 - Vila Ré

Em 29 de março, as crianças apresentarão na área de circo as modalidades de trapézio, escadinha, monociclo, bola, arame, cilindro, contorção, malabares (bolinha, ioiô, flower) e esquetes de palhaço. No cotidiano trabalham com as crianças oficinas de dança, música e ginástica.

Circo Social Dom Bosco – SAS Itaquera
Rua do Contorno - Cidade Antônio Estêvão de Carvalho

Tem ensaiado com as crianças e jovens o espetáculo “Dia do Circo”. A apresentação será no dia 31 de março em dois horários, às 10h e 16 horas.

Circo Social Brasilândia - SAS Freguesia do Ó/ Brasilândia
Endereço: Avenida Padre Orlando Garcia da Silveira, s/n - Brasilândia

Entre os dias 22 e 25 de março, o Circo Social realizou oficinas sobre a história do circo e apresentou o filme “O Rei do Show” que discutiu com as crianças o momento crítico dos circos, pandemia e as possibilidades do resgate cultural dessa expressão artística.

Circo Escola Grajaú – SAS Capela do Socorro
R. Ezequiel Lopes Cardoso, 333 – Grajaú

Organizou a semana do Circo em parceria com Projeto Rouxinol Africano. Geralmente disponibiliza atividades de percussão, teatro, arte circense (aéreos, malabares e acrobacias), arte visual, dança, saraus com os adolescentes, encontros com familiares, visitas domiciliares, círculos de cultura discussão sobre temas geradores em diálogos com as crianças

Circo Social Águia de Haia - SAS Itaquera
Rua: Arbela, 07 - Cidade A. E Carvalho

O serviço realizou uma apresentação para uma plateia de 100 alunos do Colégio Avalon. Cerca de 60 crianças se revezaram para apresentar as habilidades aprendidas nas oficinas de circo.

 

Dicas de Filmes com a temática do circo

O palhaço; O Rei do show; Água para elefantes; Dumbo e Chocolate

 

 

Crianças do Circo Social em A.E Carvalho apresentam atividades circenses para escola do bairro