CAE para Mulheres conscientiza mães e filhos sobre o trabalho infantil

Atividade que dá voz a crianças e aos adolescentes e é recorrente no serviço situado na zona leste

Texto e Foto: Marianne Seixas

Parede azul com um escrito em amarelo "CAE Maria e Maria" e embaixo um cartaz rosa com flores espalhadas e a frase "Sejamos como a primavera que renasce cada dia mais bela, exatamente porque nunca são as mesmas flores.”



Em roda de conversa com as crianças, adolescentes e suas mães acolhidas no Centro de Acolhida Especial (CAE) “Casa de Apoio Maria e Maria”, a psicóloga, Ana Cristina Floriano e as assistentes sociais Ana Maria de Sousa e Ana Claudia Damasco, debateram sobre a problemática do trabalho infantil.

Toda a complexidade do assunto foi abordada em pontos específicos, por exemplo, como a exposição de uma criança ou um adolescente a um ambiente de trabalho infantil afeta no crescimento, no desenvolvimento escolar e na sua saúde. Durante a conversa, os profissionais explicaram como identificar o que se enquadra como trabalho infantil e como essa questão ‘naturalizada’ precisa ser combatida. Também foram lidos os direitos estabelecidos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como uma breve explicação sobre como funciona o trabalho como jovem aprendiz e o que o difere do trabalho infantil.

Ana Cristina Floriano mediou a assembleia e explicou sobre a importância de se entender o que é tido como trabalho infantil. “É importante que vocês saibam o que se enquadra como trabalho infantil, lugar de criança não é trabalhando, é na escola. O trabalho infantil atrapalha o desenvolvimento da primeira infância”, concluiu.

A assembleia mirim acontece mensalmente e está presente na grade de atividades do equipamento há um ano, no contraturno de aulas das crianças e adolescentes, como um espaço aberto para todos, com temas importantes sendo debatidos e conversas sobre o serviço, sua estrutura, propostas de melhoria, sugestão de locais para passeios e cardápios diferentes para a semana.

“Aqui é o momento de eles falarem, pedirem e entenderem muitas coisas que acontecem no dia-dia. É importante que eles tenham esse espaço e que possam expressar o que pensam”, finaliza Floriano. A ideia surgiu após a assembleia regular para as mulheres atendidas. Com 134 vagas para mulheres e seus filhos, a administração do serviço incentiva ambientes abertos e seguros para discussão e considera muito importante que todos tenham voz.
Sobre o Centro de Acolhida Especial para Mulheres:

O serviço oferece acolhimento provisório, por até 6 meses, podendo ser prorrogado a depender do caso, para mulheres acompanhadas ou não de seus filhos, em situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar, demais violências causadoras de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral.
O objetivo é acolher mulheres vítimas de violência, abusos e exploração, oferecendo proteção integral, condições para o fortalecimento de sua autoestima, autonomia pessoal e social, contribuindo para a superação e prevenção da situação de violência e ruptura de vínculos.

 

Três crianças brincando na parte externa do serviço direcionada para a recreação delas. As crianças estão com o rosto borrado por motivos de segurança.