Serviços promovem reflexão na semana da Consciência Negra

CCA´s da zona norte abordaram o tema com iniciativas distintas

  Na foto, há de observar a capa do livro “Menina Bonita do Laço de Fita”; seguido do título, este, em letras de forma, há um desenho de uma garotinha de pele escura, com o cabelo trançado com laços rosa. Ao seu lado, tem um coelho branco, apaixonado.

 


Texto: Júlia Zuin
Foto: Acervo

O Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Solid Rock Brasil II, localizado na Vila Guilherme, zona leste, promoveu durante essa semana, em dois períodos, uma roda de conversa após a leitura em conjunto do livro “Menina Bonita do Laço de Fita”, escrito em 1986 por Ana Maria Machado e que relata, de maneira pedagógica, a diversidade e o preconceito.
Para Roseli de Souza, gerente do espaço, a contação de histórias é importante, pois, além de incentivar o gosto pela leitura nas crianças, os ajuda a valorizar a diversidade. "Após a oficina literária, promovemos uma discussão que permitiu a troca de ideia e reflexões nas crianças. Assim, o pensamento crítico sobre semelhanças e diferenças étnicas sociais ganha espaço, episódio que permite o desenvolvimento à inserção do grupo”, explicou.


A gerente evidencia que muitos dos acolhidos se identificaram com o tema discutido e, em sua opinião, é essencial que pautas que envolvam suas identidades sejam destacadas. O CCA Leão XIII, na Vila Maria, trabalha todos os anos, especialmente em novembro, trabalha o tema da consciência negra de diversas formas, através da culinária, jogos, esportes, entre outros.


Neste ano, já foram realizadas oficinas de danças para crianças que permitem o compartilhamento de movimentos específicos provenientes da cultura negra. Uma aula e discussão sobre cabelos, que é mais uma forma de resistência e empoderamento, também acontecerá e terá participação da mãe dos conviventes, que trabalha com penteados afros.

Crianças sentadas no chão de uma sala escura observam a tela do projetor, que ilustra páginas do livro. Todas estão como olhar fixo para a tela.

 

Sobre o Dia da Consciência Negra

 

O feriado da Consciência Negra foi instituído oficialmente no Brasil em 2011, pela lei n.º 12.519 e, em vários municípios, a data entrou para o calendário oficial. A ocasião provoca reflexão sobre a desigualdade racial, presente desde a colonização até os dias atuais. A oportunidade é importante para se entender o que foi vivido no passado e que segue presente na sociedade, de diversas maneiras, infelizmente.


O dia 20 de novembro foi escolhido porque nesta mesma data, em 1695, morreu Zumbi dos Palmares. O militante foi líder de um dos maiores quilombolas, assassinado por um grupo de bandeirantes, liderados por Domingos Jorge Velho.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais da metade da população brasileira é composta por indivíduos que se consideram pretos ou pardos - a porcentagem da informação equivale a 54% da sociedade - o número, ainda segundo a pesquisa, coloca a mostra que, em relação às pessoas brancas, os que não possuem esse tipo de coloração estão propícios a maior possibilidade de viver em condições precárias.


A SMADS (Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social) repudia qualquer atitude segregadora e reitera que a prática racista é crime e deve ser denunciada.

 

Na roda de conversa, a instrutora está de frente a criança com papéis em sua mão, enquanto comenta pontos fortes da história lida. Os acolhidos, sentados no chão, estão prestando atenção a moça, intrigados.