Texto: Giulia Rodrigues
Foto: Acervo

 

 

No início de novembro, o Centro Temporário de Acolhimento Canindé (CTA), localizado na zona norte da capital, organizou rodas de conversa para orientar os atendidos sobre cuidados pessoais masculinos, com o intuito de discutir as particularidades da higiene e saúde.

Por se tratar de um espaço voltado para pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social, os cuidados básicos com a higiene pessoal tornam-se mais complicado e isso impacta diretamente na saúde e na autoestima dos atendidos. Para Márcia Silvério, assistente social do CTA Canindé, realizar essa atividade mensalmente pode refletir no bem-estar e melhoria da qualidade de vida dos homens.

Dois acolhidos no serviço, que se identificam como Lukeba e João, contaram que se sentiram abraçados pelo profissional que ministrou a atividade, além de terem liberdade para perguntar e esclarecer dúvidas sobre autocuidado, sem se sentirem constrangidos.

O autocuidado masculino ainda é um tabu para grande parte da sociedade, visto que ao longo dos anos a imagem de que ‘cuidar da autoestima é papel apenas das mulheres’ foi bastante propagada. Por conta desse preconceito, muitos homens não costumam se atentar com a higiene pessoal e saúde, na maioria das vezes por vergonha, o que faz com que sejam minimizados os conhecimentos sobre muitas doenças, como o câncer de próstata.

O projeto, além de fortalecer a autoconfiança do homem, desconstrói a imagem de que cuidados com a saúde e aparência são 'coisas de mulheres', lutando contra as angústias e inseguranças pessoais causadas pela baixa estima.