469º aniversário de São Paulo: gratidão à cidade através da Assistência Social

Pessoas de diferentes estados e países utilizam os serviços da rede socioassistencial e demonstram gratidão pela cidade que os acolheu

 Na foto à direita está Doracy com uma blusa branca e calça jeans preta, e à direita sua filha Rosimeire com uma blusa vermelha e calça jeans azul. Ao fundo está um gramado com pessoas sentadas e árvores de cerejeira ao redor.

À direita da foto, Doracy Delaqua (76) com sua filha Rosimeire no Parque do Carmo, localizado na Zona Leste de São Paulo

 

Texto: Victor Benevides e Giulia Rodrigues
Fotos: Acervo

A cidade de São Paulo, que faz 469 anos nesta quarta-feira, coleciona grandes e emocionantes histórias com seus moradores, algo inerente as grandes metrópoles mundas a fora. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), com toda a sua malha de serviços distribuídos pela cidade, concentra parte desses personagens que fazem questão de demonstrarem toda a gratidão pela cidade.


“É como coração de mãe (cidade de São Paulo), sempre cabe mais um. Foram passando os meses e eu fui gostando cada vez mais. Nem percebi que decorreram todos esses anos. Eu era muito tímida e insegura. Hoje sou uma nova mulher”, afirmou Doracy Delaqua, 76 anos, que frequenta o Núcleo de Convivência para Idosos (NCI) ‘Bem Estar’, no Parque São Lucas, zona leste da cidade há 15 anos.


Doracy partilha seu sentimento de gratidão, orgulho à cidade de São Paulo e do serviço que frequenta com brilho nos olhos. Segundo ela, o equipamento da rede socioassistencial da Prefeitura faz bem à sua saúde física e mental e, além disso, quando olha para trás, consegue ter a dimensão do quanto as atividades do NCI a transformaram em uma pessoa mais comunicativa e segura.


Nascido em Salvador, na Bahia, Rodrigo Alencar tem 24 anos e chegou à São Paulo há menos de um ano, em busca de uma nova vida e cheio sonhos. O soteropolitano foi acolhido no Centro de Acolhida Especial (CAE) ‘João Nery’, serviço de acolhimento da Prefeitura de São Paulo para homens trans localizado em Santana, zona norte da cidade, no dia 1º de junho e reside no equipamento até hoje.


Rodrigo ressalta a importância da cidade em sua vida, especialmente no que se refere aos programas municipais que garantem acesso a possibilidades de se idealizar e colocar em prática uma nova vida. “São Paulo me deu oportunidades que eu não tive antes. Aqui em São Paulo pude ter acesso ao ‘Transcidadania’, e graças a ele já estou matriculado e começo minha faculdade em fevereiro, algo que eu sempre sonhei.”, comentou Rodrigo.

 

Na foto, Rodrigo sorrindo com uma faixa do concurso Mister Trans pendurada no pescoço. À direita da faixa está escrito Bahia 2022 com a bandeira do estado da Bahia, e a esquerda da faixa está escrito Mister Trans juntamente com a bandeira Trans. No fundo, uma pessoa está de costas com a bandeira de São Paulo pendurada nos ombros.

Rodrigo Alencar (24) com a faixa do concurso Mister Trans 2022


O Transcidadania, citado por Rodrigo como um dos projetos que o ajudaram a trilhar um novo caminho, é uma iniciativa implantada em 2015, que tem como objetivos promover os direitos humanos e oferecer oportunidade de continuar os estudos para travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social.


Para Jawed Ahmadi, 23, e Ajmal Ahmad, 24, refugiados do Afeganistão que estão acolhidos há quatro meses no CAE ‘Ebenezer’, na região da Penha, zona leste, São Paulo é um lugar que leva a palavra “acolhimento” em sua mais pura forma literal. Além disso, os afegãos planejam o futuro e a cidade é uma realidade nos planos dos jovens, que há não conheciam o Brasil e nem a língua portuguesa.

 

Ajmal Ahmad (24), imigrante afegão acolhido pelo CAE Ebenezer


“Lugar nenhum no mundo tem políticas para refugiados como há em São Paulo. Ao chegar aqui, notei que não é sobre a cidade, e sim sobre as pessoas que a constroem”, disse Jawed. “Quero retribuir esse sentimento. Graças a São Paulo, a gente ganhou essa sensação de estar em casa e com o auxílio dos orientadores sociais, fomos introduzidos à língua portuguesa, me saí muito bem no trabalho”, completou Ajmal, que atua como tradutor dos afegãos que chegam na capital.

A SMADS parabeniza a cidade de São Paulo pelo seu 469º aniversário e reafirma o seu compromisso de continuar cuidando das políticas voltadas ´para a Assistência Social no munícipio, além de formular, executar, monitorar e avaliar a política municipal de Assistência Social como parte integrante do Sistema Único de Assistência Social.

 

Jawed Ahmadi (23) em visita ao Farol Santander - São Paulo

 

Rede Socioassistencial

A Prefeitura de São Paulo possui a maior rede socioassistencial da América Latina que conta, atualmente, com mais de 19 mil vagas de acolhimento para população em situação de rua. Os serviços estão distribuídos em: 75 Centros de Acolhida (CA) para adultos; seis CA para Mulheres em Situação de Violência; um CA para Gestantes, Mães e Bebês; seis serviços de Casa Lar; e um Arsenal da Esperança.
Além destas modalidades, a rede socioassistencial conta também com os Centros de Acolhida Especial (CAE), sendo: 17 CAE para Famílias; 14 CAE para Idosos; 10 CAE para Mulheres; 3 CAE para Mulheres Transexuais; 2 CAE para Pessoas em Período de Convalescença; e um CAE para Mulheres Imigrantes. Atualmente, dentre os diversos serviços de acolhimento, a rede socioassistencial da SMADS dispõe, além do CAE para Mulheres Imigrantes, de outras quatro unidades de acolhimento que ofertam vagas preferencialmente para imigrantes.
A população em situação de rua também se utiliza de um bagageiro, no Brás, região central da cidade, que tem como objetivo propiciar um local seguro para a guarda provisória de pertences e oferecer atendimento social para a inserção na rede de atenção à pessoa em situação de rua e acompanhamento social na perspectiva da construção do processo de saída das ruas.
Os encaminhamentos para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial são realizados através de um dos seis Centros POP existentes na cidade de São Paulo, por meio dos 54 Centros de Referência de Assistência Social (Cras), 30 Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) ou em abordagens sociais realizadas pelo Serviço Especializado de abordagem Social (SEAS).