Prefeitura de São Paulo realiza 16° Grito de Carnaval contra a exploração, violência e abuso sexual de crianças e adolescentes

Cerca de 1.300 pessoas participaram da passeata

 

Texto: Marianne Seixas
Fotos: Livia Vollet

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), por meio da Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (CMESCA) e com o apoio dos serviços de convivência e fortalecimentos de vínculos da Proteção Social Básica (PSB), lançou hoje (16) a 16ª edição do Grito de Carnaval, que traz a campanha “Proteja o Futuro”.

Mais de mil pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos atendidos pela rede socioassistencial, funcionários da SMADS e representantes dos serviços conveniados, participaram do 16º Grito de Carnaval. O desfile ocorreu pelas ruas da região central e a concentração começou às 9h, na Praça do Patriarca, centro da capital, com apresentações artísticas do grupo ‘Charanguinha de Carnaval do Coruja’, da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), e do ‘Bloco da 3ª Idade’, do Centro de Referência do Idoso (CRECI) ‘Anhangabaú’.

O trajeto foi guiado pelo mestre de cerimônias Ivanildo dos Santos Araújo, cedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). Durante a ação, as crianças e adolescentes atendidas pela rede socioassistencial ergueram cartazes de manifestação para conscientização do tema.

Uma das metas do ato é impactar e conscientizar o maior número possível de pessoas na cidade de São Paulo para que ajudem a combater a exploração sexual contra crianças e adolescentes. Além disso, devido aos casos de abuso e exploração sexual de menores serem subnotificados, a iniciativa visa ainda dar visibilidade a esta causa para conscientizar sobre a relevância de efetuar denúncias.

“A campanha tem como objetivo principal educar e sensibilizar a população sobre os efeitos nocivos para a infância - e uma vida adulta no futuro -, de toda a forma de violência contra a criança e ao adolescente, sobretudo a exploração sexual, porque ao contrário do que muita gente pensa, criança não se prostitui, ela é explorada por um adulto ou responsável. Nós queremos mostrar que é possível ajudar verdadeiramente o trabalho da Assistência Social, acionando o Serviço Especializado de Abordagem Social pela Central 156, sempre que alguém notar uma situação de exploração sexual. É preciso que a gente se envolva ainda que não faça parte da história daquela criança no futuro. Mas uma simples ligação pode mudar o destino dela. A gente só precisa de um olhar sensível, humano e atento”, afirmou o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Jr.

Desde 2005, a SMADS utiliza a estratégia do bloco carnavalesco, formado por crianças e adolescentes atendidos na rede socioassistencial, com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade civil acerca dos direitos das crianças e adolescentes, visando erradicar o abuso, a violência e a exploração sexual.

Rede socioassistencial


A rede socioassistencial da Prefeitura conta, atualmente, com 465 CCA’s que totalizam mais de 68 mil vagas. Os serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, voltados para crianças e adolescentes de seis a 14 anos e 11 meses, têm o objetivo de oferecer proteção social para todos aqueles que estão em vulnerabilidade social. Há, ainda, cinco Circo Escola, com 2.100 vagas, e 39 Centro para Juventudes (CJ), com 4.080 vagas.

Além dos serviços da Proteção Social Básica, a SMADS possui 34 serviços de Proteção Social à Criança e Adolescente Vítimas de Violência (SPVV), como violência física, psicológica, negligência, abuso ou exploração sexual, totalizando mais de três mil vagas na rede, além de seis Casas Lar, com 110 vagas, 130 Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA), com 1.950 vagas, 54 Serviços de Medida Socioeducativa em Meio Aberto (MSE-MA), com 4.035 vagas, e um Restaurante Escola, com 60 vagas.