Vila Reencontro “Canindé” terá moradias provisórias para Pessoas com Deficiência

Com a inauguração da sétima Vila Reencontro, o projeto se aproxima das 2 mil vagas.

Prefeito Ricardo Nunes descerra placa de inauguração da Vila Reencontro Canindé

Texto: Sabrina Ribeiro
Fotos: Giulia Rodrigues e Samuel Fragoso

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), inaugura na próxima sexta-feira (14) mais uma unidade do “Programa Reencontro”. A Vila Reencontro “Canindé” é a sétima da modalidade, e poderá receber até 192 pessoas. Com a abertura do equipamento, São Paulo chega à marca de 1.960 vagas de acolhimento no Programa Reencontro.

Esta é a primeira unidade com moradias temporárias planejadas para acolher Pessoas com Deficiência (PCDs). Do total de 48 residências, 46 seguem o padrão das outras seis Vilas já existentes, com 18m². A grande novidade é a implementação de dois módulos voltados à PCDs, que possuem o dobro do tamanho, com 36m², e rampas para acesso desses moradores.

Localizada na Rua Monsenhor Maximiano Leite, 70, bairro do Canindé, o novo espaço da rede socioassistencial foi construído em um terreno de 2.700m² para acolher até 48 famílias. Além dos módulos, dispõe também de espaços compartilhados para lazer e convivência dos moradores, como quadra poliesportiva, playground, horta comunitária, refeitório, lavanderia e salas de atendimento social.

"A inauguração da sétima Vila Reencontro em pouco mais de um ano mostra o avanço da cidade de São Paulo em trazer de volta a dignidade das famílias e fortalecer os vínculos perdidos. Através do trabalho dedicado da rede socioassistencial, buscamos proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para que esses reencontros aconteçam. E aqui na Vila Canindé incluímos módulos especialmente planejados para atender pessoas com deficiência. É um grande avanço, sem dúvida", declarou a Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Ciça Santos.

O prefeito Ricardo Nunes, exaltou o empenho e dedicação da gestão municipal em amparar e proporcionar a população vulnerável, chances de mudar os rumos da própria história. "Eu tenho muito orgulho de que nós estamos fazendo aquilo que é preciso e necessário. Com muita qualidade, com muito amor e tornando a nossa cidade cada dia melhor, acolhedora e de oportunidade para as pessoas."

As famílias acolhidas nas Vilas Reencontro possuem perfis variados: casais com filhos, famílias monoparentais e outras composições familiares, encontram guarida e a chance de reconquistar a autonomia dentro do projeto. São priorizadas ainda, famílias com crianças de 0 a seis anos e mulheres com históricos de violência doméstica.

Para Alexsandro Leal, um dos novos moradores da Vila "Canindé", uma noite foi suficiente para sentir o impacto e a diferença que o programa pode trazer aos beneficiários. “O sentimento é de pura gratidão. Hoje acordei em paz por estar aqui com a minha família, até sonhei com o mar, você acredita? Fazia tempo que eu não tinha um sonho tão bom! Morar na rua não é fácil, é muita luta. Você fica longe da família, e é uma dor no coração tremenda. Estar com eles aqui me faz feliz, e daqui pra frente serão só conquistas, só coisas boas”

A Prefeitura de São Paulo, através da SMADS, já entregou outras seis unidades de acolhimento para famílias em situação de rua. O espaço inaugural foi a Vila Reencontro “Cruzeiro do Sul”, no centro de São Paulo. Inaugurada em dezembro de 2022, o equipamento oferta 40 moradias provisórias para até 160 pessoas.

Em fevereiro de 2023, a Prefeitura entregou a Vila Reencontro “Anhangabaú”, na Ladeira da Memória, também no centro da cidade. O serviço disponibiliza 40 módulos com capacidade para acolher até 160 pessoas.

A Vila Reencontro “Pari”, terceira unidade do programa, foi construída em um espaço total de 8.800 m², com 100 casas modulares para até 400 acolhidos. A expansão seguiu dois meses depois, com a abertura da Vila Reencontro “Santo Amaro”, a primeira da zona sul, oferecendo 68 módulos para acolhimento de mais de 270 pessoas.

Primeira a ser entregue neste ano, a Vila Reencontro “Guaianases I” levou o projeto para a zona leste, com 64 casas modulares, para acolhimento de até 256 pessoas.

Em maio, a Prefeitura de São Paulo entregou a maior Vila Reencontro até aqui. A unidade “Jabaquara I”, construída em um espaço de 12.700m² e 114 unidades entregues na primeira fase. Outras 16 unidades serão entregues na segunda fase. Ao todo, o espaço está projetado para atingir a marca de 130 módulos e 520 vagas.

 

Família moradora da Vila Reencontro

Equipe multidisciplinar

Para atender e acompanhar as necessidades dos acolhidos, a Vila Reencontro “Canindé” contará com 39 profissionais preparados para o trabalho com esse público. São eles: coordenador; assistentes sociais; psicólogos; auxiliares administrativos; pedagogos; supervisores de cogestão e inserção laboral; supervisores de saúde, educação e acompanhamento social; assistentes de campo nos períodos diurnos e noturnos, cozinheiros; auxiliares de cozinha; responsáveis de manutenção e auxiliares de serviços gerais.

A equipe trabalha para o desenvolvimento familiar e pessoal dos residentes, pela promoção de direitos, por meio do acesso à rede de políticas públicas, capacitação e apoio à inclusão socioprodutiva, promoção de participação e viabilização da cogestão do espaço. Ações que visam a integração familiar e comunitária, além da promoção de atividades para a apropriação de espaços comuns, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e acompanhamento individualizado com o intuito de promover a saída qualificada do serviço, ou seja, a conquista de autonomia.

 

 

Experiência em acolhimento a pessoas em situação de rua

A administração do serviço está a cargo do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo (MEPSRSP), com repasse mensal de R$ R$387.877,97. Além da cessão do terreno à SMADS, a Prefeitura investiu mais de R$ 3,3 milhões na instalação do equipamento.

Mãe e filho moradores da Vila Canindé

 

 

Programa Reencontro

O projeto possui três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro visa estimular a recriação de vínculos preexistentes e o fortalecimento da rede de apoio. O primeiro elemento de conexão entre o poder público e o indivíduo em situação de rua é a abordagem social, sendo, portanto, um instrumento fundamental de vinculação das pessoas à política pública e às demais etapas e eixos do “Programa Reencontro”.

Já no segundo eixo, são oferecidas moradias subsidiadas para aqueles que não possuem renda suficiente nas seguintes modalidades: locação social, que é o aluguel subsidiado conforme renda; a renda mínima ou o auxílio pecuniário para pessoas sem problemas de drogadição; moradia transitória ou as unidades com alta rotatividade para que se busque evitar o processo de cronificação, promovendo rápido resgate da autonomia.

Dentro desse eixo, está prevista a entrega de módulos equipados com cozinha, banheiro, armário e mobiliário de acordo com a configuração familiar para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O foco é a conquista da autonomia por parte dos atendidos, através da reinserção no mercado de trabalho e da reconstrução dos vínculos sociais e familiares.

Cada família pode permanecer entre 12 e 24 meses nas moradias transitórias das Vilas Reencontro. Esse período pode ser estendido de acordo com o acompanhamento da família pela equipe técnica. Além disso, elas devem participar de capacitações profissionais e outros atendimentos sociais com o objetivo de alcançar a independência.

Os critérios de elegibilidade para acolhimento nas moradias transitórias são as informações do CadÚnico; as famílias em que as mulheres são as responsáveis; núcleos familiares que possuam crianças e adolescentes em sua composição e que estejam em situação de rua por um período mais recente (de 6 a 36 meses).

E por fim, o eixo oportunidade, consiste na intermediação de mão de obra e emprego, através da capacitação profissional, da alocação em contratos públicos, da busca ativa por vagas e do estímulo à contratação no setor privado.

 

 

Rede Socioassistencial

A capital possui a maior rede socioassistencial da América Latina, com mais de 26 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua – sendo 1500 emergenciais, para atendimento durante a Operação Baixas Temperaturas (OBT) - distribuídas em Centros de Acolhida, hotéis sociais, Repúblicas para Adultos, Vilas Reencontro, entre outros.?

Ao todo, as Vilas Reencontro agora somam 7 unidades distribuídas pela cidade de São Paulo, com o total de 490 moradias modulares, que ofertam até 1.960 vagas.

O encaminhamento para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial é feito pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e pelas equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), que atua nas ruas da cidade, sempre de acordo com o perfil do indivíduo e com a tipologia do serviço, respeitando o histórico da pessoa ou família a ser acolhida.