Prefeitura entrega oitava Vila Reencontro e supera 2.000 vagas para pessoas em situação de vulnerabilidade na modalidade

Equipamento no Jabaquara é o oitavo do Programa Reencontro e pode acolher até 240 pessoas

Prefeito Ricardo Nunes descerra placa de inauguração da Vila Reencontro Jabaquara II

Texto: Samuel Fragoso
Fotos: Marianne Seixas


A Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), entregou na manhã desta terça-feira (25), a Vila Reencontro “Jabaquara II”, superando a marca de 2.000 vagas de acolhimento no Programa Reencontro.

Está é a oitava unidade do projeto e contará com 60 módulos com capacidade para acolher até 240 pessoas, sendo 1 módulo inédito para família grande de até oito pessoas. Além da inovação, a Vila Reencontro Jabaquara também dispõe de vai de uma a casa modular para o acolhimento de famílias com pessoas com deficiência (PCDs) ou mobilidade reduzida.

A Prefeitura investiu R$ 3.679.366,06 no equipamento, está instalado em um terreno municipal, de 3.225m² cedido à SMADS, localizado à Rua Conception Arenal, 164, no Jabaquara, zona sul da cidade.

A grande novidade da Vila, o módulo criado para receber famílias maiores, assim como a unidade adaptada para PCDs, tem 36m², o dobro do tamanho dos módulos padrões de 18m². Como as outras residências modulares, a unidade é mobiliada de acordo com camas, beliches ou berços, de acordo com a configuração familiar, e geladeira, fogão com duas bocas, banheiro e pias. Além desses itens, o módulo adequado para PCDs, conta com barras de acessibilidade nos banheiros e rampas de acesso.

“A Vila Reencontro Jabaquara II representa o marco de mais um avanço deste nosso Programa voltado para o acolhimento e conquista de autonomia de famílias em situação de rua. Aqui inovamos com uma casa modular para família grande, com até oito pessoas. Essa é uma demanda que captamos na medida que fomos ampliando as vagas das nossas Vilas e que a partir de agora entra, inclusive, para o escopo do Programa Reencontro. Além disso, aqui nós temos também mais uma casa modular de 36m² adaptada para acolher famílias que têm pessoas com deficiência. Estamos garantindo, portanto, acolhimento inclusivo com apoio social. Cada família encontrará aqui uma rede de suporte pronta para ajudar na reconstrução de suas vidas", disse Ciça Santos, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social.

A Vila Reencontro “Jabaquara II” possui ainda salas de atendimento psicossocial, cozinha, refeitório, horta, playground, quadra poliesportiva, lavanderia, almoxarifado e sanitário adaptado para pessoas com deficiência.

As instalações do equipamento receberam um toque especial com artes do grafiteiro ‘Xyrox’, artista com mais de 20 anos de profissão, que atua também como educador sociocultural e tem participação em diversos eventos e exposições.

A gestão do espaço será realizada em parceria com a Organização da Sociedade Civil (OSC) “Social Bom Jesus”, que receberá repasse mensal de R$ 419.229,50 para administração do serviço.

O Prefeito Ricardo Nunes exaltou o trabalho feito pela gestão, e o esforço empenhado em favor das pessoas mais vulneráveis. "Nós estamos fazendo aqui, cada um de nós, isso é trabalho da Prefeitura, trabalho da cidade de São Paulo, então é o trabalho de cada um de vocês. Vocês podem ter orgulho disso, como pessoas que vivem, que moram e trabalham nessa cidade. O que nós estamos fazendo aqui é cuidar das pessoas, é dar a mão para as pessoas no momento que elas mais precisam, isso não tem preço, isso vale qualquer coisa. Eu fico muito feliz de a gente poder junto aqui, compartilhar essa alegria para poder cuidar dessas pessoas."

As famílias acolhidas nas Vilas Reencontro têm perfis variados: casais com filhos, famílias monoparentais e outras composições familiares encontram abrigo e a chance de conquistar ou reconquistar a autonomia dentro do projeto. São priorizadas famílias com crianças de 0 a 6 anos e mulheres com históricos de violência doméstica.

 

Família acolhida na Vila Reencontro Jabaquara II

 

Equipe multidisciplinar

Para atender e acompanhar as necessidades dos acolhidos, a Vila Reencontro “Jabaquara II” contará com 46 profissionais preparados para o trabalho com esse público. O quadro é composto por coordenador; assistentes sociais; psicólogos, pedagogos, auxiliares administrativos, supervisores de cogestão e inserção laboral, supervisores de saúde, educação e acompanhamento social; assistentes de campo nos períodos diurnos e noturnos, cozinheiros; auxiliares de cozinha; responsáveis pela manutenção e auxiliares de serviços gerais.

A equipe trabalha para o desenvolvimento familiar e pessoal dos residentes, pela promoção de direitos por meio do acesso à rede de políticas públicas, capacitação e apoio à inclusão socioprodutiva, promoção de participação e viabilização da cogestão do espaço. Ações que visam a integração familiar e comunitária, além da promoção de atividades para a apropriação de espaços comuns, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e acompanhamento individualizado com o intuito de promover a saída qualificada do serviço, ou seja, a conquista de autonomia.

 

Vilas Reencontro já entregues

Em dezembro de 2022, a Prefeitura realizou a entrega da Vila Reencontro “Cruzeiro do Sul”, na região leste da cidade, com capacidade para acolher até 160 pessoas.

A segunda Vila entregue, em fevereiro de 2023, foi a “Anhangabaú”, na região central da cidade, que também tem capacidade de acolher até 160 pessoas.

Já em outubro de 2023, foi entregue o terceiro equipamento desta tipologia, a Vila Reencontro Pari, que conta com 400 vagas de acolhimento.

Ainda em 2023, no mês de dezembro, foi entregue a Vila Reencontro “Santo Amaro”, que tem capacidade para acolher até 272 pessoas.

Em abril de 2024, a Prefeitura realizou a entrega da unidade “Guaianases”, que pode acolher até 256 pessoas.

Já em maio deste ano, foi feita a entrega de mais uma unidade, a “Jabaquara I”, a maior Vila Reencontro até aqui, que poderá acolher até 456 pessoas.

No começo deste mês, foi entregue a Vila “Canindé” sétima do projeto e a primeira com moradias temporárias planejadas para acolher Pessoas com Deficiência (PCDs). São 48 residências no total, que podem receber até 192 pessoas, sendo duas destinadas ao acolhimento de famílias de pessoas com deficiência que possuem o dobro do tamanho dos módulos padrões, com 36m² e rampas para acesso desses moradores.

 

Mais sobre o Programa Reencontro

O projeto possui três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro visa estimular a recriação de vínculos preexistentes e o fortalecimento da rede de apoio. O primeiro elemento de conexão entre o poder público e o indivíduo em situação de rua é a abordagem social, sendo, portanto, um instrumento fundamental de vinculação das pessoas à política pública e às demais etapas e eixos do “Programa Reencontro”.

Já no segundo eixo, são oferecidas moradias subsidiadas para aqueles que não possuem renda suficiente nas seguintes modalidades: locação social, que é o aluguel subsidiado conforme renda; a renda mínima ou o auxílio pecuniário para pessoas sem problemas de drogadição; moradia transitória ou as unidades com alta rotatividade para que se busque evitar o processo de cronificação, promovendo rápido resgate da autonomia.

Dentro desse eixo, está prevista a entrega de módulos equipados com cozinha, banheiro, armário e mobiliário de acordo com a configuração familiar para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O foco é a conquista da autonomia por parte dos atendidos, através da reinserção no mercado de trabalho e da reconstrução dos vínculos sociais e familiares.

Cada família pode permanecer entre 12 e 24 meses nas moradias transitórias das Vilas Reencontro. Esse período pode ser estendido de acordo com o acompanhamento da família pela equipe técnica. Além disso, elas devem participar de capacitações profissionais e outros atendimentos sociais com o objetivo de alcançar a independência.

Os critérios de elegibilidade para acolhimento nas moradias transitórias são as informações do CadÚnico; as famílias em que as mulheres são as responsáveis; núcleos familiares que possuam crianças e adolescentes em sua composição e que estejam em situação de rua por um período mais recente (de 6 a 36 meses).

E por fim, o eixo oportunidade, consiste na intermediação de mão de obra e emprego, através da capacitação profissional, da alocação em contratos públicos, da busca ativa por vagas e do estímulo à contratação no setor privado.