Programa Reencontro supera 2.600 vagas com a Vila Reencontro Sapopemba

Prefeitura entrega 10ª Vila Reencontro, com capacidade para até 296 pessoas

Texto: Sabrina Ribeiro
Fotos: Bianca Lopes e Breno Lopes

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), entregou, nesta sexta-feira (05), a Vila Reencontro “Sapopemba”, na zona leste da cidade. Este é o 10º equipamento da modalidade preparado para acolher até 74 famílias. Com essa entrega a cidade de São Paulo ultrapassa 2.600 vagas de acolhimento dentro do Programa.

Localizada na Rua Manhã de Sol, 94, o equipamento foi preparado para ofertar moradias provisórias para até 296 pessoas em 74 módulos, com destaque para 3 unidades de 36m², sendo uma delas adaptada para Pessoas com Deficiência (PCDs) e outras duas para famílias grandes, compostas por até oito pessoas. As outras 71 residências seguem o tamanho padrão de 18m² e podem acolher famílias de até 4 pessoas. Todas as casas modulares são equipadas com camas, beliches ou berços, de acordo com a composição familiar; geladeira; fogão com duas bocas; banheiro e pias.

Construída em um terreno de 2950m² cedido pela Prefeitura de São Paulo, com investimento de R$3.600.666,95, a Vila dispõe de espaços de uso compartilhado, como quadra poliesportiva, academia ao ar livre, playground, academia ao ar livre, brinquedoteca, refeitório, lavanderia, cozinha, horta e salas administrativas.

“É com muita alegria que inauguramos mais uma vila na nossa cidade. Esse é mais um exemplo do avanço de São Paulo nas políticas públicas voltadas para as pessoas em situação de rua. Aqui a gente garante um lar, endereço, condições dignas, oportunidades para reinserção no mercado de trabalho e conexões significativas para as pessoas. O acolhimento sempre será nosso principal objetivo como gestão que trabalha por recomeços nestes espaços.", declarou a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Ciça Santos.

As famílias acolhidas têm perfis variados: casais com filhos, famílias monoparentais e outras composições familiares encontram amparo e a chance de reconquistar a autonomia no projeto. São priorizadas ainda famílias com crianças de 0 a 6 anos e mulheres com históricos de violência doméstica.

"Então esse acolhimento aqui é um dar a mão para a pessoa que está naquele momento mais difícil da sua vida. Vocês viram aqui tantas pessoas que as Vilas Reencontro têm essa prioridade de acolher famílias com crianças para a gente poder dar aqui essa oportunidade pro reencontro. E a gente não tem dúvida nenhuma que essa cidade é uma cidade acolhedora, vai continuar sendo uma cidade acolhedora, uma cidade que reconhece a importância de você fazer uma gestão humanizada, com o coração, do cuidar", afirma o prefeito Ricardo Nunes.

A Prefeitura de São Paulo, através da SMADS, já entregou outras oito unidades do projeto. A primeira, inaugurada em dezembro de 2022, foi a Vila Reencontro “Cruzeiro do Sul”. O equipamento oferta 40 módulos para até 160 pessoas e deu início à jornada de acolhimento através de moradias transitórias.

Em fevereiro de 2023, a Prefeitura entregou a Vila Reencontro “Anhangabaú”, localizada na Ladeira da Memória, no centro da cidade. O serviço disponibiliza 40 módulos e pode acolher até 160 pessoas em situação de vulnerabilidade.

Terceira unidade do programa, a Vila Reencontro “Pari” conta com 100 casas modulares para receber até 400 moradores. Dois meses depois, foi inaugurada a Vila Reencontro “Santo Amaro”. Primeira na região sul, a Vila oferta acolhimento para mais de 270 pessoas.

A Vila Reencontro “Guaianases I” levou o projeto ao extremo leste da capital, com 64 casas modulares para o acolhimento de até 256 pessoas.

Em maio, a Prefeitura entregou a maior Vila Reencontro até aqui. A unidade “Jabaquara I”, construída em um espaço de 12.700m² e com 114 unidades entregues na primeira fase. Outras 16 unidades serão entregues na segunda fase. Ao todo, o espaço está projetado para atingir a marca de 130 módulos e 520 vagas.

Com a inauguração da Vila Reencontro “Canindé”, a rede socioassistencial recebeu, pela primeira vez, módulos adaptados para Pessoas com Deficiência. Os módulos possuem 36m², o dobro do tamanho dos regulares, barras e rampas para acesso. Ao todo, o serviço oferta 48 residências.

A unidade mais recente, a Vila “Jabaquara II” também inovou, disponibilizando o primeiro módulo planejado para receber famílias maiores, com até 8 pessoas. Essa residência modular também tem 36m². O espaço tem capacidade para até 240 acolhidos.

E essa sexta-feira reservou uma inauguração em dose dupla para o Programa Reencontro e a zona leste. Na manhã foi inaugurado o 9º equipamento do projeto, segundo na região de Guaianases. A Vila Guaianases II também conta com módulo adaptado para pessoas com deficiência (PCDs) e módulos para famílias grandes de até 8 pessoas. O espaço pode receber até 208 pessoas.


Equipe multidisciplinar

O Programa Reencontro tem como objetivo trabalhar a inclusão e participação dos moradores nos espaços públicos e sociais, a promoção de direitos, o aumento dos laços familiares e o desenvolvimento da autonomia até a saída qualificada da família. A equipe trabalha para o desenvolvimento familiar e pessoal dos residentes e pela promoção de direitos.

Para isso, a Vila Reencontro “Sapopemba” conta com uma equipe capacitada para atender as necessidades das famílias e ajudá-las na reconstrução de suas vidas. O quadro é formado por 44 profissionais, sendo assistentes sociais; psicólogos; coordenador, auxiliares administrativos; pedagogo; supervisor de cogestão e inserção; supervisor de saúde, educação e acompanhamento social; assistentes de campo (diurno e noturno); cozinheiros; auxiliares de cozinha; responsáveis pela manutenção predial e auxiliares de serviços gerais.


Experiência em acolhimento a pessoas em situação de rua

A administração do serviço está a cargo da Coordenação Regional Das Obras de Promoção Humana (CROPH), que receberá repasse mensal de R$ 453.578,94. A CROPH tem vasta experiência na área da assistência social.


Programa Reencontro

O projeto possui três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro visa estimular a recriação de vínculos preexistentes e o fortalecimento da rede de apoio. O primeiro elemento de conexão entre o poder público e o indivíduo em situação de rua é a abordagem social, sendo, portanto, um instrumento fundamental de vinculação das pessoas à política pública e às demais etapas e eixos do “Programa Reencontro”.

Já no segundo eixo, são oferecidas moradias subsidiadas para aqueles que não possuem renda suficiente nas seguintes modalidades: locação social, que é o aluguel subsidiado conforme renda; a renda mínima ou o auxílio pecuniário para pessoas sem problemas de drogadição; moradia transitória ou as unidades com alta rotatividade para que se busque evitar o processo de cronificação, promovendo rápido resgate da autonomia.

Dentro desse eixo, está prevista a entrega de módulos equipados com cozinha, banheiro, armário e mobiliário de acordo com a configuração familiar para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O foco é a conquista da autonomia por parte dos atendidos, através da reinserção no mercado de trabalho e da reconstrução dos vínculos sociais e familiares.

Cada família pode permanecer entre 12 e 24 meses nas moradias transitórias das Vilas Reencontro. Esse período pode ser estendido de acordo com o acompanhamento da família pela equipe técnica. Além disso, elas devem participar de capacitações profissionais e outros atendimentos sociais com o objetivo de alcançar a independência.

Os critérios de elegibilidade para acolhimento nas moradias transitórias são as informações do CadÚnico; as famílias em que as mulheres são as responsáveis; núcleos familiares que possuam crianças e adolescentes em sua composição e que estejam em situação de rua por um período mais recente (de 6 a 36 meses).

E por fim, o eixo oportunidade, consiste na intermediação de mão de obra e emprego, através da capacitação profissional, da alocação em contratos públicos, da busca ativa por vagas e do estímulo à contratação no setor privado.

Rede Socioassistencial

A capital possui a maior rede socioassistencial da América Latina, com mais de 26 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua – sendo cerca de 1.500 vagas emergenciais, para acolhimento durante a Operação Baixas Temperaturas (OBT) - distribuídas em Centros de Acolhida, hotéis sociais, Repúblicas para Adultos, Vilas Reencontro, entre outros.?

O encaminhamento para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial é feito pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e pelas equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), que atua nas ruas da cidade, sempre de acordo com o perfil do indivíduo e com a tipologia do serviço, respeitando o histórico da pessoa ou família a ser acolhida.