Dia do Imigrante: São Paulo acolhe e ajuda a escrever novas histórias

No Centro de Acolhimento Especial para Imigrantes - Pari Missão Scalabriniana, recomeços e esperança se encontram.

Imigrante angolano acolhido no CAEMI Scalabriniana

Texto: Victor Pudo
Fotos: Bianca Lopes e Giulia Rodrigues

São Paulo é marcada por uma rica cultura construída com influências vindas de todo o globo, comprovada pelo histórico de imigrantes que chegaram à cidade. Em 25 de junho é comemorado o “Dia do Imigrante”, data que celebra a diversidade étnica e a oportunidade de novos começos, além de um mundo sem fronteiras. No entanto, nem sempre o cenário encontrado por quem migra é de acolhimento e oportunidades. Conhecendo o quadro de vulnerabilidade e incerteza, que muitos estrangeiros encontram, a Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) conta com uma rede de serviços para prestar auxílio à essa população.

Em 2023, a rede socioassistencial da Prefeitura de São Paulo contou mais de 6 mil imigrantes acolhidos, sendo em sua maioria: angolanos (3397); afegãos (1035); e venezuelanos (904). Em 2024, de janeiro a maio, mais de 4mil estrangeiros foram acolhidos em equipamentos da rede socioassistencial, sendo: 2329 angolanos, 575 venezuelanos e 286 afegãos.

João Muteba Candala, angolano de 26 anos, chegou a São Paulo no fim de 2023. Ele foi atendido pelo CAE (Centro de Acolhida Especial) Imigrantes Pari “Missão Scalabriniana” nos últimos meses. Ele contou sobre sua experiência como imigrante no país, e sobre o acolhimento não apenas para angolanos, mas também para outras etnias na cidade. “O Brasil foi um país muito acolhedor aos imigrantes, não só angolanos, também como congoleses, malianos, todos. Então para mim também foi fácil conseguir o visto e vir para o Brasil.”

Ele falou ainda sobre o sentimento de viver aqui e sobre as oportunidades para o futuro. “Eu cheguei e fui acolhido muito bem, tô trabalhando e tá tudo bem aqui. Então para mim, São Paulo é uma cidade muito acolhedora. Eu vejo muita possibilidade de organizar minha família, ter um bom futuro aqui.”

Na mesma manhã as crianças abrigadas no “Scalabriniana” plantaram uma árvore de acerola no quintal do Centro de Acolhida. A Irmã Mariza Roberta Ruas, gerente do serviço, comentou a importância do comprometimento com a ecologia, para o cuidado do planeta. Ela traçou um paralelo entre o cuidar da árvore plantada e a assistência prestada aos imigrantes residentes do local. “O plantio da árvore, tem muito a ver com a acolhida. A cada imigrante que nós acolhemos, é como também, se nós cuidássemos como cuidamos dessa árvore, porque é a nossa casa comum. E cada vez temos que ter mais essa consciência, ao cuidarmos do nosso planeta, ao cuidarmos da casa comum, nós estamos cuidando, também, de cada imigrante que chegam em nossa casa e que é acolhido.”

 

Crianças atendidas no CEAMI Scalabriniana planta pé de acerola

 

Acolhimento de Imigrantes

Hoje a cidade conta com cinco serviços especializados para o atendimento imigrantes, sendo eles: Centro de Acolhida Especial para a Mulher Imigrante (CEAMI) Penha - Palotinas; Centro de Acolhida Especial para Imigrantes (CAEI) Pari - Missão Scalabriniana; Centro de Acolhida Especial para Imigrantes (CAEI) Bela Vista - Casa de Assis; Centro Temporário de Acolhida (CTA) - São Mateus; e o Centro de Acolhida Especial (CAE) - Hotel Família Ebenezer.

Todos os acolhimentos são feitos a partir do acionamento por meio de chamados para o 156, através de demanda apresentada ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) ou a Supervisão de Assistência Social do território.

Pessoas imigrantes podem acessar ainda, todos os serviços da rede socioassistencial sem exclusividade para imigrantes.