Prefeitura inaugura o primeiro Hotel Social da Cidade

Cada usuário poderá ficar no Hotel Social São Francisco por seis meses, tempo necessário para que a pessoa se organize financeiramente para ter condições de alugar um quarto ou uma vaga em pensão.

A Cidade de São Paulo ganha o primeiro Hotel Social para atender pessoas em situação de rua, ação que faz parte do Programa São Paulo Protege População Adulta, um dos pilares da política da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads). Direcionado a adultos usuários de albergues, o Hotel Social São Francisco (rua Coronel Frias, 281 – Aclimação) será inaugurado nesta quinta-feira (19/04), às 19h.

“As pessoas que são encaminhadas para lá já devem estar com diferenciado grau de autonomia, ou seja, ter renda oriunda de trabalhos formais e informais. Elas também devem apresentar desejo e projeto de vida que vise à autonomia”, explica o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Cada usuário poderá ficar no local por seis meses, tempo necessário para que a pessoa se organize financeiramente para ter condições de alugar um quarto ou uma vaga em pensão.

Todos os encaminhamentos para o Hotel Social devem ser feitos por assistentes sociais dos albergues de origem dessas pessoas. “Ou seja, o hotel social não é porta de entrada. As pessoas não podem vir diretamente para cá. O público desse hotel é formado por pessoas que já são usuárias de nossos albergues”, reforça o secretário.

O grande diferencial do hotel, no entanto, é proporcionar ao usuário um endereço formal. “Em vez de dar o endereço de um albergue, o que ainda gera preconceito, a pessoa que está procurando emprego pode fornecer agora o endereço do hotel. Ela é muito mais respeitada”, comenta Adelice Cambuim, coordenadora do Hotel Social.

De julho a dezembro de 2006, a Secretaria já havia implantado um projeto-piloto em três hotéis sociais (Saturno, Vip e Maracanã), com a contratação de 300 vagas para usuários dos albergues da rede de proteção social da Secretaria que estivessem em processo de autonomia.

Sob coordenação da organização Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, o hotel tem capacidade para atender 112 homens em situação de rua e com mais de 18 anos de idade. No local, eles têm direito ao pernoite e a duas refeições (café da manhã e jantar). Os dormitórios têm banheiros próprios e limite de quatro pessoas por quarto. “Nos hotéis sociais, as pessoas têm horários flexíveis de permanência e melhores condições físicas do que nos albergues convencionais, que reúnem um número maior de pessoas por quarto”, explica Simoni Piragine, coordenadora da Proteção Especial para Adultos.

De acordo com o convênio, o Hotel Social receberá R$ 12,90 por dia para cada usuário, garantindo quartos para quatro pessoas, espaço para refeição, local de lavagem e secagem de roupas dos usuários, lavanderia para lavagem de roupa de cama e banho (lençóis e toalhas), além de limpeza dos dormitórios e áreas de convivência, jantar, café da manhã e uma assistente social para o atendimento dos usuários do hotel.

Atualmente, a rede de proteção social da Secretaria dispõe de 35 albergues, sendo sete abrigos especiais para atender idosos, pessoas em convalescença médica, portadores de deficiência e mulheres com ou sem crianças, sete Núcleos de Serviços/Convivência e nove Moradias Provisórias, atendendo cerca de 8 mil pessoas diariamente.

Há ainda oito Núcleos de Incentivo à Economia Solidária, um restaurante comunitário e um bagageiro. No total, a Smads atende todo dia mais de 10 mil pessoas.