Albergados têm mil novas vagas em frentes de trabalho

Parceria entre as secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social, Trabalho e das Subprefeituras gera emprego e renda para ex-moradores de rua.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) já selecionou 729 moradores em situação de rua que farão parte das mil vagas para Frentes de Trabalho disponibilizadas para este mês.

A seleção foi feita na última semana de dezembro entre os moradores dos albergues da rede de proteção social da SMADS nas regiões de Sé, Mooca, Santana, Jabaquara, Santo Amaro, Vila Prudente, Penha, Ermelino Matarazzo, Pinheiros e Boracea.

Cada albergado irá receber R$ 363,45 por mês por meio do programa Operação Trabalho, da Secretaria do Trabalho, por 3 meses podendo ser prorrogado pelo mesmo período.

Os primeiros selecionados começaram a trabalhar nesta segunda-feira (02/01) nas subprefeituras como agentes de limpeza, na usina de asfalto e também nas oficinas profissionalizantes do Instituto Cireneu (costura, padaria industrial, marcenaria, pintura, construção civil, produção de vassoura, produtos de limpeza e serralharia).

Reinserção no mercado

O objetivo de ampliar o número de vagas do Programa de Frentes de Trabalho é proporcionar, cada vez mais, a esses moradores em situação de rua, condições para sua reinserção no mercado de trabalho e ainda recuperar sua auto-estima. ''As mil vagas serão preenchidas até o final de janeiro. Nosso objetivo é que essas pessoas, além de aprenderem uma nova profissão, possam começar uma nova vida'', afirma o secretário da SMADS.

De acordo com Sérgio Carvalho, Procurador do Instituto Cireneu, algumas das oficinas já estão dando resultado. ''A padaria industrial do Instituto Cireneu está capacitando 15 albergados nesse novo programa e já atingiu uma produção de 1.800 pãezinhos por dia para o abastecimento de dois albergues da cidade'', explica ele, que comenta ainda que a intenção é fazer com que a padaria venha abastecer toda a rede de albergues da SMADS.

Para o albergado Duarte Borges da Silva, a oficina de cabeleireiro foi a melhor coisa que lhe aconteceu. ''Essa oportunidade está servindo de estímulo para mudar a minha história de vida'', afirma Silva.

Capacitação

Esta iniciativa surgiu com o sucesso dos programas de capacitação para usuários de albergues (ex- moradores de rua), que teve início no ano passado, como o Curingão (na USP), Passeio Livre, Agentes de Proteção da CAPE, Oficineiros, Projeto Perfil, Estapar. Todos essas frentes de trabalho atenderam em 2005 cerca de 500 albergados.