“Com essa inauguração não apenas iniciamos concretamente o programa de estímulo ao uso de bicicleta na cidade de São Paulo, mas também trazemos um bom equipamento esportivo e de lazer para a Zona Leste”, disse o prefeito durante a inauguração, marcada pela participação da comunidade e de praticantes e atletas do bicicross.
O nome da pista é uma homenagem ao imigrante italiano Evaristo Comolatti, que chegou ao Brasil em 1948 e fundou, a partir de 1957, uma série de empresas ligadas ao ramo de transportes e autopeças, que compõe o Grupo Comolatti, iniciado na Mooca, próximo ao viaduto Alcântara Machado.
No local, o prefeito assinou decreto que oficializa o nome da pista. “Essa homenagem é motivo de muita alegria para mim. Ele foi um pioneiro aqui na Mooca do ramo empresarial e seu grupo virou uma marca da nossa Zona Leste”, afirmou.
O presidente da Federação Paulista de Bicicross (FPB), Paulo Peres, comemora a conquista: “Há 14 anos não tínhamos uma pista oficial na Capital. E esse trabalho que a prefeitura vem desenvolvendo junto à Subprefeitura Mooca vai fortalecer muito o bicicross - que agora é um esporte olímpico - no País”, destacou Peres, que mora a 20 minutos do local e testou a pista durante a sua construção de março a dezembro de 2005. “Vou treinar aqui, pois ainda pratico”, revelou o esportista.
A federação, parceira da Prefeitura no projeto, assessorou a Subprefeitura Mooca com desenhos e projetos técnicos, de acordo com o regulamento e as especificidades do esporte.
“Se a subprefeitura tivesse que encomendar os projetos, toda a consultoria, não teríamos conseguido fazer”, avalia o subprefeito da Mooca.
Este ano, em conjunto com o Radical Leste Bicicross Clube, a FPB também desenvolverá no espaço uma escolinha para crianças a partir de 3 anos de idade, tanto meninos quanto meninas. As aulas, gratuitas, serão realizadas na pista nos fins de semana. No segundo semestre deste ano, a idéia de Paulo Peres é agendar para a nova pista provas promocionais.
A Pista Evaristo Comolatti é aberta ao público que pratica ou quer começar a praticar o bicicross. As exigências para a utilização do local são levar bicicleta aro 20 ou 24 de bicicross, vestir capacete específico, luva, calça e camiseta de manga comprida.
Ponto de encontro
A pista, com 353 m de extensão, fica ao lado do viaduto Pires do Rio, no cruzamento da Avenida Alcântara Machado com a Avenida Salim Farah Maluf, na confluência dos bairros do Tatuapé, Mooca e Belém, na Zona Leste.
O local tem uma arquibancada para 400 pessoas e gate para largada com rampa pavimentada em asfalto, e é cercado por uma área verde de 10.500 metros quadrados. A pista fica aberta de terça à domingo, das 8h às 11h e das 14h às 17h. Ás segundas-feiras fecha para manutenção.
Antes mesmo de sua conclusão no fim de 2005, a pista já vinha atraindo aficionados da modalidade esportiva. De acordo com o presidente da Federação Paulista de Bicicross, nos fins de semana o local recebe uma média de 300 praticantes, dos quais cerca de 50 são atletas.
Desde 1991, quando a então gestão municipal fechou a pista de bicicross mantida pela Caloi em terreno da Prefeitura na região do Ibirapuera, os atletas e praticantes do esporte eram obrigados a se deslocar mais de 100 km para treinar. Das 20 pistas oficiais existentes no interior do Estado, as mais próximas à capital são a de Sorocaba e a de Paulínia.
Antes de 2005, o terreno ao lado do viaduto Pires do Rio era destinado a entulhos clandestinos da região. O projeto da pista de bicicross nasceu de um de seus praticantes, Marcos Rodrigues Alemão, que procurou a Subprefeitura Mooca e ajudou a transformar o espaço ocioso em um local de lazer urbanizado.
O subprefeito da Mooca diz que é difícil avaliar o custo da obra, já que a construção da pista foi feita com mão-de-obra e máquinas da própria subprefeitura, e o material foi inteiramente doado ou reaproveitado (solo importado fornecido por empresas de terraplenagem regionais, corpos de prova de concreto fornecidos por empresa de tecnologia de construção civil e concreteiras, asfalto fresado reaproveitado da fresagem de ruas e avenidas locais, blocretes e paralelepípedos reaproveitados de demolição de pavimentos diversos etc.).
A estimativa é de que, se fossem computados todo o tempo de trabalho e de operação das máquinas e o material utilizado, a pista tenha custado aproximadamente R$ 300 mil.
Na segunda fase do projeto da Pista de Bicicross Evaristo Comolatti serão realizados fechamento da área com gradil tipo parque, fechamento da pista com tela de alambrado, cobertura do Gate, iluminação e construção de sede administrativa, com vestiários e banheiros, e do playground.
A Subprefeitura Mooca está em busca de parceiros da iniciativa privada para a realização dessa etapa. Se for possível concluir essas obras de complementação ainda este ano, a pista poderá se inscrever para ser sede de provas oficiais da Federação Paulista de Bicicross, de acordo com o presidente da entidade, Paulo Peres.
Nova modalidade olímpica
O bicicross é uma das modalidades esportivas que irão estrear nas próximas Olimpíadas, em 2008, na cidade de Pequim (China). Estima-se que cerca de 20 mil pessoas pratiquem o esporte no país. Na capital, são mais de 3 mil.
O esporte alia as novas tecnologias aplicadas nas bicicletas, mas vale principalmente a habilidade dos corredores. Quem cumprir o trajeto no menor espaço de tempo, com quedas ou não, vence a corrida.
O Campeonato Brasileiro é disputado por 35 categorias divididas por faixa etária, atletas de 6 a 50 anos ou mais. Na cidade de São Paulo será disputado este ano o Campeonato Mundial, entre 22 a 30 de julho. Para isso está sendo construída pelo governo do Estado uma pista de bicicross na Vila Olímpica Mário Covas (km 18 da Raposo Tavares), uma grande área com quadras poliesportivas, espaço de treinamento de judô, tênis de mesa etc.
Fernando Conti
Fernando Conti