Virada Cultural: Caminhadas, contos e leituras

Na área de literatura há várias opções interessantes, como a Caminhada Literária em comemoração aos 50 anos do livro “Grande Sertão: Veredas”.

Contar histórias é uma das atividades mais lúdicas a acompanhar a civilização e, mesmo nesses tempos tecnológicos e de extrema valorização da imagem, a tradição oral tem seu lugar cativo no coração e mentes das pessoas.

Com o objetivo de resgatar essa tradição, a Virada Cultural - que acontece nos dias 20 e 21 de maio em São Paulo - traz diversas atividades literárias em que o público poderá acompanhar contadores de histórias em vários pontos da capital paulista.

Uma das principais atrações dessa programação é a Caminhada Literária em comemoração aos 50 anos do livro Grande Sertão: Veredas, obra-prima do escritor mineiro Guimarães Rosa. O evento é gratuito e acontece no Parque do Ibirapuera, no dia 21 de maio, a partir das 10 horas da manhã.

Com duas horas de duração, a caminhada levará os ouvintes por diversos pontos do parque, com saída marcada no Bosque da Leitura (próximo ao portão 7, na Avenida República do Líbano, 1151).

A Caminhada Literária no Parque do Ibirapuera será comandada pelos Contadores de História de Cordisburgo, pacata cidade no sertão de Minas Gerais, ao norte de Belo Horizonte, onde Guimarães Rosa nasceu há 98 anos.

Os jovens do grupo são dirigidos pelo mestre Brasinha, considerado o ‘embaixador do sertão’. Eles divulgam a obra do escritor narrando seus contos pelo país e o escolhido para a Virada Cultural é o Recado do Morro, do livro No Urubuquaquá, no Pinhém.

Estão programadas sete paradas pelo trajeto no Parque do Ibirapuera, para que os contadores narrar as belas – e mágicas - histórias de Rosa. A atividade faz parte também da Semana Guimarães Rosa, promovida pela Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo.

Outra atividade que promete agradar bastante é a Leitura nas Alturas, uma interpretação da obra poética Os Estatutos do Homem, do escritor amazonense Thiago de Mello, no terraço do Edifício Martinelli (rua São Bento, 405 – Centro).

A história é musicalizada por Guca Domenico e Laura Campanér, dramatizada pelas atrizes Azê Diniz e Alessandra Brantes, e ilustrada pelo cartunista Jal. O evento acontece no dia 21, às 11 horas, no terraço do prédio, e tem duração prevista de 3 horas.

O Centro da Cultura Judaica (rua Oscar Freire, 2500 – ao lado da estação Sumaré do metrô) também é uma boa opção para quem quiser ouvir contadores de histórias. No dia 20, serão três atividades, começando às 11 horas com a Contação de Histórias para Crianças.

Célia Gomes conta a história Bruxapéu, da escritora Lia Zatz, sobre uma bruxinha que não se conforma com as regras e quer fazer coisas que não são permitidas para sua idade. A duração prevista é de 45 minutos.

Às 18 horas, um grupo de seis contadores dará sua interpretação para diversas histórias e interagirá com o público, trocando informações sobre suas respectivas vidas. A atividade tem duração prevista de 1h30min.

Às 22 horas, abre-se espaço para a lenda do Golem, mito judaico sobre um ser feito de barro que ganha vida por meio de palavras mágicas de um rabino. O espetáculo prevê a locomoção do público dentro do Centro de Cultura Judaica, do teatro até a cafeteria, para acompanhar as intervenções performáticas do ator Heitor Goldflus (integrante da Cia do Latão), da atriz circense Ziza Brizola e do bailarino Ricardo Neves.

Na Biblioteca Mário de Andrade (rua da Consolação, 94 – Centro), o grupo Dom Blasfêmia apresentará o conto Malamud, do escritor Marcelo Mirisola, que em seguida dará palestra sobre as narrativas contemporâneas, seus métodos de linguagem e criação, e a ligação de sua literatura com os grandes centros urbanos e seus guetos. O evento acontece às 18 horas do dia 20, com entrada franca.

* Programação sujeita a alterações pelos organizadores do evento.