Prefeitos da Grande São Paulo querem que Guardas Metropolitanas tenham poder de polícia

Durante reunião extraordinária na Prefeitura de São Paulo, prefeitos do Fórum de Segurança decidiram que vão ao Congresso Nacional pedir aprovação de Emenda Constitucional que garante às guardas o poder de polícia.

Os prefeitos que formam o Fórum Metropolitano de Segurança Pública (FMPS) irão pedir aos deputados federais a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 354 que dá poder legal de polícia às guardas civis metropolitanas. Ao mesmo tempo, convidaram o prefeito de São Paulo para assumir a coordenação geral do fórum, a partir do dia 31 de maio, quando acontecerá a próxima plenária do grupo.

Essas foram algumas das decisões tomadas pela coordenação do fórum, que se reuniu em caráter de emergência nesta terça-feira (16/05) na Prefeitura de São Paulo. O encontro foi marcado devido à onda de violência que atingiu o Estado de São Paulo nos últimos quatro dias. Os prefeitos quiseram avaliar a situação e apontar medidas concretas para amenizar as ações do crime organizado. Daí a decisão de reivindicar a aprovação da PEC 354 na Câmara Federal, até porque já foi aprovada pelo Senado.

A avaliação do grupo é que as guardas civis metropolitanas já atuam na segurança dos municípios, mas precisam de embasamento legal para ampliar sua ação de polícia.

Os prefeitos decidiram também manter esquemas de segurança em relação aos guardas civis metropolitanos, visto que dois deles foram assassinados no município de Jandira; garantir o funcionamento normal dos sistemas de transportes coletivos, escolas e unidades de saúde; e reforçar a segurança nas áreas públicas.

Também foi consenso que a ação do crime extrapolou as previsões e que, para combatê-lo, serão necessários profissionalismo e equipamentos tecnológicos. O prefeito da Capital citou, por exemplo, que a Prefeitura vai instalar 35 câmeras de vigilância nas ruas do centro de São Paulo a partir do meio deste ano e comentou que essa medida poderia ser estendida aos limites com os demais municípios. Ele defendeu ainda a instalação de chips em carros para que possa haver um melhor rastreamento sobre a circulação de veículos suspeitos.

O fórum é coordenado pelo Instituto São Paulo Contra a Violência - organização da sociedade civil sem fins lucrativos - e reúne 39 prefeitos da região metropolitana. O prefeito, que concordou em assumir a coordenação geral do fórum, irá substituir o atual coordenador, Elói Pietá, prefeito de Guarulhos.

“O problema é muito grave e temos de enfrentá-lo com estratégias bem feitas de combate. A segurança é a principal prioridade de todos nós aqui”, disse o prefeito da Capital.

Elói Pietá ressaltou a importância do encontro. “A reunião passou a ser ainda mais importante porque enfrentamos dias difíceis no transporte em São Paulo e em nossas cidades. Queremos avaliar as medidas que tomamos e as que vamos tomar”, disse Pietá.

“Com as ações do crime organizado nos últimos dias o Brasil acordou para o problema da segurança. Tenho advertido que o Brasil tem problemas de violência, mas jamais supus que pudesse acontecer nas proporções que aconteceu. Os prefeitos aqui reunidos puderam expressar sua indignação e reconhecer a importância das guardas metropolitanas”, afirmou José Gregori.

O prefeito da Capital destacou o caráter suprapartidário da reunião. “Nessa mesa não diferenças partidárias, mas uma ação conjunta em favor de São Paulo e do Brasil”, afirmou.

A reunião desta terça-feira teve a participação dos prefeitos de Osasco, Emídio de Souza; de São Bernardo do Campo, William Dib; de Guarulhos, Elói Pietá; Santo André, João Avamilemo; de Cajamar, Messias Cândido da Silva; Santana de Parnaíba, Benedito Fernandes; São Lourenço da Serra, José Merli; de Jandira, Paulo Bururu Henrique; e do presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos; entre outras autoridades.