Passarela de Congonhas opera normalmente e trânsito está liberado

O caminhão, que transportava areia, chocou-se com a passarela, derrubando parte da estrutura. Nas primeiras horas da manhã, o acidente causou congestionamento de cerca de 12km na região.

A passarela de pedestres sobre a avenida Washington Luís, recolocada após um acidente na madrugada desta quinta-feira (08/06), opera normalmente, desde as 11h, na Zona Sul. O trânsito na área atingida pelo acidente foi liberado por volta do meio-dia.

Por volta de 3h20 da manhã, um caminhão basculante derrubou parte da passarela, provocando a interdição da pista no sentido centro/bairro. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e equipes da subprefeitura passaram a manhã no local monitorando o trânsito.

O caminhão, que transportava areia, chocou-se com a passarela, derrubando parte da estrutura. Nas primeiras horas da manhã, o acidente causou congestionamento de cerca de 12km na região.

Recuperação

A Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras (Siurb), em conjunto com a Companhia de Engenharia de Tráfego e Subprefeitura de Santo Amaro trabalharam durante toda a madrugada e toda a manhã na solução do problema. A CET interditou a via e desviou trânsito para a pista interna do aeroporto, por onde circulam os táxis. Neste sentido circulam cerca de 80 mil veículos/dia.

Dois guindastes operaram das 9h às 11h na recolocação da passarela - a parte que caiu tem 31 metros, com cerca de 50 toneladas. Os técnicos e engenheiros da Siurb fizeram a primeira inspeção e liberaram a utilização da estrutura aos pedestres. A Subprefeitura de Santo Amaro colocou 20 homens para executar a limpeza e lavagem da avenida.

Histórico

A passarela de Congonhas foi projetada em 1973 e inaugurada em 1974. Tem 60 metros de extensão, 3,1m de largura, e 1,1m de altura. Esta passarela passa sobre a avenida Washington Luís e o vão do sentido centro/bairro (local do acidente) tem altura de 4,5 metros; no sentido bairro/centro, tem 6m de altura. Foi construída com estrutura metálica, tipo caixão.

Na madrugada de 12 de agosto de 2000, um caminhão da empresa Transportes Pesados Minas, que levava um trator ao Espírito Santo, derrubou o mesmo trecho da passarela de Congonhas. Na ocasião, dois guindastes ergueram a passarela, que foi soldada e recuperada.

No entanto, na época, a passarela ficou interditada por 20 dias e os pedestres atravessavam a avenida Washington Luís, com um semáforo provisório. Os danos foram arcados pela transportadora.

Reforma

A Prefeitura de São Paulo, a Infraero e a Associação Amigos da Passarela do Aeroporto de Congonhas (ASPA-Congonhas) assinaram em julho de 2005 o protocolo de intenções para manutenção, conservação, reforma e ampliação da passarela, na altura do número 6.771 da avenida Washington Luís.

O custo estimado é de R$ 3,6 milhões e será dividido entre a Infraero (cerca de 25%) e a associação de amigos (ASPA), que com apoio de patrocinadores que irão financiar os outros 75%. De acordo com a Associação de Amigos da Passarela de Congonhas outros 30% de recursos já estão reservados para obra. A Prefeitura é responsável pela aprovação e fiscalização da execução do projeto.

A passarela, que hoje interliga os dois lados da avenida, será ampliada até a calçada de embarque e desembarque do Aeroporto Internacional de Congonhas, coberta em toda sua extensão, e receberá elevadores nas suas extremidades. A cobertura será instalada com estrutura independente a passarela, por se tratar de obra já tombada pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).

A passarela de Congonhas foi projetada pelo arquiteto paulistano João Batista Villanova Artigas (1915 – 1984), um dos mais importantes do modernismo brasileiro.