Seminário define ações para Guarapiranga

O objetivo foi a continuidade da produção de água de qualidade pela represa.

O Seminário Guarapiranga 2006, realizado na semana passada em São Paulo, resultou em 61 propostas para viabilizar a represa como manancial produtor de água de qualidade para o futuro. As propostas estão detalhadas em mapas e banco de dados, e contêm metas de realização e respectivos responsáveis, entre poder público, sociedade civil organizada, universidades, movimentos sociais, clubes, empresários, e moradores da região.

Também foi produzida a “Carta da Guarapiranga - Água boa para os próximos 100 anos da represa”, documento que formaliza princípios e ações de recuperação e preservação de toda a bacia hidrográfica da Guarapiranga, manancial que abastece 3.7 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

Entre as principais recomendações do seminário para a Região Metropolitana de São Paulo e para a região da Guarapiranga, em particular, estão: reorientação do crescimento da região metropolitana para áreas já dotadas de infra-estrutura; valorização de serviços ambientais prestados pelos mananciais para a cidade; implantação de saneamento ambiental nas áreas urbanizadas; fomentar atividades compatíveis com a produção de água; garantir participação social na gestão dos mananciais; reverter investimentos e ações promotoras de degradação; exigir ações para mitigar os impactos que o trecho sul do Rodoanel está causando na região.

Um importante avanço obtido foi a qualificação dos serviços ambientais realizados pelos mananciais para a metrópole, como a purificação da água e do ar, a contenção de enchentes, a garantia de áreas para a reprodução dos pássaros, e a manutenção de espaços fundamentais para manifestações culturais, recreativas e espirituais.

As ações agora serão utilizadas como subsídio para a formulação de agendas setoriais para cada segmento social envolvido. Os municípios inseridos na bacia, por exemplo, devem investir na criação de parques municipais em pequenas áreas; já os donos de grandes propriedades no entorno da represa deverão implantar sistemas alternativos de tratamento de esgotos e ações de recuperação de cursos d’água. Entre os atores comprometidos com ações de preservação e recuperação, estão clubes de vela, empresários da região, prefeituras e subprefeituras (no caso do município de São Paulo), entidades ambientalistas e movimentos sociais.

O seminário foi realizado no Solo Sagrado de Guarapiranga, área de propriedade da Igreja Messiânica do Japão e Fundação Mokiti Okada. Reuniu 162 pessoas, incluindo 76 representantes de diferentes organizações da sociedade civil (ONGs, movimentos sociais, associações empresariais, clubes, instituições de pesquisa), 55 representantes de poder público municipal (São Paulo, Embu, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra, Juquitiba e Taboão da Serra) e 31 representantes do governo do estado.

No primeiro dia os participantes foram divididos em grupos por eixos temáticos: transposição e qualidade da água, expansão urbana, situações de risco e degradação socioambiental, atividades econômicas, serviços ambientais, investimentos e intervenções em andamento e planejadas para a região. O objetivo foi o de discutir questões que prejudicam, ameaçam e contribuem para que a Guarapiranga seja um manancial produtor de água de boa qualidade. Durante a noite, as informações produzidas pelos participantes foram inseridas em banco de dados e georreferenciadas.

No segundo dia, os participantes foram divididos em seis grupos regionais, que tinham como objetivo a proposição de ações, com definição de metas e responsáveis por sua realização. Enquanto um grupo trabalhou as questões referentes à área de abrangência da RMSP e do Rodoanel, os demais trabalharam porções específicas da bacia hidrográfica. Durante este segunda noite as informações foram inseridas em banco de dados e georreferenciadas, o que resultou em seis mapas e no conjunto de 61 propostas de ações, entre projetos, programas e intervenções locais.

No último dia, foi realizada plenária de discussão dos resultados, definição das principais recomendações e do conteúdo da carta. Os mapas e propostas gerados durante o seminário serão disponibilizados no site do seminário ainda este mês e devem ser apresentados em uma publicação impressa, com tiragem de mil exemplares, a ser lançada até setembro deste ano.

Parceiros e apoiadores

O Seminário Guarapiranga 2006 contou com o apoio financeiro do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A produção de informações antes e durante sua realização contou com o apoio do Centro Universitário Senac e do Centro de Estudos da Metrópole/Cebrap. O Seminário contou ainda com apoio logístico da Fundação Mokiti-Okada, responsável pelo Solo Sagrado, local onde foi realizado o evento, e da Federação de Vela do Estado de São Paulo.

O Seminário Guarapiranga 2006 é uma iniciativa do Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com as seguintes instituições, que compõem a Comissão Coordenadora:

Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo
Centro Universitário Senac
Espaço – Formação Assessoria e Documentação
Fórum em Defesa da Vida contra a Violência
Instituto Florestal
Prefeitura Municipal de Embu-Guaçu
Sabesp
Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo
Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo
Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente de São Paulo
SOS Represa Guarapiranga
Subprefeitura do M´Boi Mirim
Subprefeitura de Parelheiros
Vitae Civilis