Prefeito verifica novo sistema de informatização implantado nas UBS

A partir desta semana, 350 das 400 Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão integradas pelo novo sistema de informatização da Secretaria Municipal da Saúde que permite o controle online de dispensação de medicamentos.

Uma etapa importante do processo de informatização da rede básica de saúde da Capital foi conquistada esta semana: 350 das 400 Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão integradas pelo novo sistema de informatização da Secretaria Municipal da Saúde que permite o controle online de dispensação de medicamentos.

Para verificar na prática a transformação, o prefeito esteve nesta sexta-feira (07/07) na UBS Pari, Canindé (Zona Norte), onde falou da “gratificação de ver esse sistema - um compromisso da atual gestão municipal - implantado”. “A partir de agora, com a automação da distribuição de medicamentos, teremos a garantia de que a entrega aos pacientes será sempre feita em compatibilidade total com as receitas médicas”, destacou o prefeito.

O aplicativo que permite dar a baixa eletrônica automática do remédio retirado em uma unidade básica chama-se GSS (Gestão de Sistemas de Saúde) e foi desenvolvido em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Município (Prodam).

“É inimaginável que uma cidade como São Paulo, uma das maiores do mundo, não tenha tido, em tantos anos, a oportunidade de implantar uma gestão informatizada na distribuição de medicamentos”, comentou o prefeito.

Nas UBSs que já estão utilizando o GSS, a cada retirada de remédio os números do estoque da unidade são atualizados automaticamente e essas informações são transmitidas, em tempo real, aos computadores do almoxarifado central. O sistema identifica a necessidade de reposição do estoque de cada UBS, inclusive no caso de emergências, e gera uma guia automática.

As principais vantagens são a garantia da regularidade do abastecimento de medicamentos nas unidades e o controle na entrega dos medicamentos solicitados, já que o sistema evitará que o mesmo paciente retire o medicamento de uma mesma receita em mais de uma unidade.

“Iniciamos a dispensação dos medicamentos no novo sistema há mais de seis meses, mas a integração que permite a gestão online dos tópicos foi implantada neste domingo, dia que escolhemos para fazer a mudança do controle manual para o controle informatizado”, explicou o secretário-adjunto da Saúde.

A informatização da rede municipal de saúde começou em 2005, com a implantação do GSS no almoxarifado central e, gradualmente, em parte das unidades básicas. Até o último domingo, no entanto, as UBSs ainda tinham que preencher uma solicitação manual para novos medicamentos.

Segundo a secretária de Saúde, a necessidade de regularização da rede de energia elétrica e de reorganização da rede de telefonia nas UBSs - muitas das quais não possuíam linha telefônica própria - foram algumas das dificuldades enfrentadas para a implantação do sistema.

Vale lembrar que, mesmo antes da implantação efetiva do GSS na unidades básicas, a Prefeitura melhorou sensivelmente a sua distribuição de medicamentos. Os índices de aprovação da população paulistana em relação à entrega de medicamentos na rede municipal são a prova disso: 85% das pessoas entrevistadas recentemente pelo Ibope avaliaram como ótimo ou bom o atendimento em relação à retirada de medicamentos em postos e unidades básicas de saúde do município. A pesquisa foi realizada em 20 UBSs da cidade.

“Logo que cheguei na secretaria, em maio de 2005, recebi um relatório que mostrava que a grande aflição da Prefeitura na época eram os medicamentos. E com um tratamento manual mesmo, conseguimos criar um mecanismo para que cada UBS telefonasse e informasse o que estava faltando, para que o almoxarifado central enviasse emergencialmente”, lembra a secretária.

Até o momento, foram investidos no novo sistema de informatização da Secretaria Municipal da Saúde cerca de R$ 50 milhões, sendo 70% de recursos da Prefeitura e 30% de repasses públicos estaduais e federais.

A meta é que o GSS esteja implantado em todas as 400 Unidades Básicas e nas outras 155 unidades de saúde da Prefeitura (ambulatórios de especialidades, AMAs, DST/AIDS, CAPS, hospitais, entre outras) até o final deste ano.

O GSS é apenas um dos módulos desse novo sistema de Tecnologia da Informação e Comunicação da Saúde de São Paulo. Outro aplicativo, o SIGA - Sistema Integrado de Gestão de Atendimento - também está em implantação nas UBSs de São Paulo. Pelo SIGA é possível fazer na hora o cadastro de um novo paciente no sistema da rede municipal e imprimir o cartão provisório do Sistema Único de Saúde (SUS) para esse paciente.

Atualmente, mais de 10 milhões de pessoas já estão cadastradas no sistema da rede de saúde da Prefeitura, mesmo que não saibam. Isso porque para criar um cadastro básico do SIGA, bases de dados de outras origens foram utilizadas, como, por exemplo, a base de dados do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

O SIGA é o programa que já permite a marcação eletrônica de consultas em várias UBSs da Capital. Após o seu cadastro, o paciente pode pedir para agendar uma consulta em qualquer outra unidade básica ou de especialidades médicas da cidade (inclusive do governo do Estado) que esteja integrada ao sistema. Atualmente o SIGA gerencia cerca de 100.000 agendamentos mensais.

Durante a visita à UBS Pari, por sugestão do prefeito, o repórter de um jornal diário que acompanhava a atividade foi cadastrado e teve duas consultas agendadas para a próxima semana: uma, com um clínico geral, na própria unidade, para dia 10 (segunda-feira), e outra, com um otorrinolaringologista, em um ambulatório de especialidades no mesmo bairro do Pari, para o dia 13 (quinta-feira).

Com a implantação total do SIGA, que está programada para ocorrer até meados de 2007, a idéia é ter um sistema de prontuário eletrônico na cidade. “Quando a rede estiver totalmente integrada, o paciente poderá ser atendido em qualquer unidade diferente da que já foi atendido”, observa a secretária de Saúde. “O prontuário eletrônico é o chip do doente, para dizer quem ele é e os problemas de saúde que já teve na vida. E para o médico que o está atendendo naquele momento é uma forma de poder dar um atendimento mais adequado e conseguir resolver o problema dele”, acrescenta.

UBS Pari

A UBS Pari realiza mensalmente em torno de 1.500 consultas médicas, 900 de enfermagem e 600 odontológicas, 1.100 coletas de exames laboratoriais e 4.000 visitas domiciliares de acompanhamento. A unidade é também responsável por 1.300 doses de vacinas e a dispensação de 2.600 receitas (50% de usuários SUS e 50% de usuários convênios privados) a cada mês.

A UBS possui 100 pacientes cadastrados no "Programa Remédio em Casa" e 81 gestantes cadastradas no SISPRENATAL.

A UBS Pari está localizada na rua das Olarias, 503 - Canindé.