Mais de três mil pessoas acompanharam o I Campeonato Paulista de Estreantes de Muay Thai, realizado no Conjunto Desportivo Baby Barioni. A organização esperava um público de 1.500 pessoas, estimativa superada. “O Muay Thai é uma modalidade tailandesa, praticada há muito tempo, mas só agora está se expandindo no Brasil. Antes a moda era o kickboxing, mas o Muay Thai está tomando o lugar dele nas academias”, explica Maria José Couto, presidente da FEPLAM (Federação Paulista de Lutas e Artes Marciais).

Conhecido mundialmente pela eficiência e pelo conhecimento físico mental, o Muay Thai proporciona a melhoria da coordenação motora e aumenta a resistência cardiovascular, o que vem tornando a modalidade, a nova “moda” das academias. “O número de público superou todas as nossas expectativas. E é um público formado basicamente por lutadores de outras modalidades: boxe, jiu-jitsu e karatê, por exemplo”, conclui.

O evento aconteceu no último sábado (22/07), no Baby Barioni, localizado no bairro da Água Branca, Zona Oeste da Capital. Das dez da manhã às sete da noite, 89 atletas de 32 academias diferentes disputaram 18 categorias (12 categorias masculinas e seis categorias femininas). O principal objetivo do torneio foi descobrir novos talentos do Muay Thai, por isso só eram aceitas inscrições de lutadores que nunca atuaram em nenhum campeonato oficial.

Simone Cisternas Muñoz foi uma destas estreantes e saiu com o título de melhor atleta da categoria feminina. A atleta de 28 anos pratica Muay Thai há pouco menos de dois anos. Ela nunca praticou nenhuma outra arte marcial e nenhum outro esporte, mas já conseguiu seu primeiro título em competições oficiais.

“Valeu a pena ter treinado e apanhado tanto. Normalmente eu treino seis horas por semana, mas agora na época do campeonato eu dobrei o treinamento. Até boxe eu fiz para complementar”, afirma Simone. “Sempre admirei a mulher dentro das artes marciais. Agora é treinar, treinar e treinar, para levar o Muay Thai cada vez mais a sério”, explana a atleta, que também é tatuadora e body piercer.

Simone é da equipe Arena Fight Jyn. A Academia Predador foi a equipe com o maior número de atletas premiados no campeonato. Na categoria masculina, o lutador premiado como melhor atleta foi Sidclei da Silva Santana da equipe Super Contact.

Todas as lutas foram dirigidas por árbitros que também eram estreantes: as lutas foram um estágio para eles. “Todos foram aprovados no estágio. A maioria deles tem condições de serem juízes centrais nos próximos campeonatos”, afirma Maria José. Os árbitros foram formados no curso da FEPLAM realizado no último dia 16/07, no COTP (Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa) da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo (SEME).

A participação da Secretaria, segundo a presidente da Federação, foi essencial para o bom andamento do evento. “Sem a participação da SEME não haveria condições de realizar o evento. Foi através dos recursos da Secretaria que a gente conseguiu fazer tudo”, diz.