Gateball reúne centenas de nikkeis na Vila Guarani

Os descendentes de japoneses fizeram a disputa do Campeonato Brasileiro de Seleção Regional em duas categorias, livre e acima de 70 anos, neste final de semana (29 e 30/7).

Todos os participantes se alinharam respeitando o silêncio enquanto os membros da comissão organizadora do evento ditavam as regras, horários das partidas, toda a programação. Uma cerimônia tão bonita quanto séria, algo costumeiro da cultura oriental. Aproximadamente 400 atletas competiram nesse final de semana (29 e 30/7), no 14º Campeonato Brasileiro de Seleção Regional de Gateball, realizado no Clube da Cidade Vila Guarani, região da zona sul do município.

Estiveram presentes à cerimônia de abertura vários nomes de engajamento do esporte, além dos jogadores da mais antiga geração do gateball no país. Homens que nasceram no Japão e vieram para cá na infância ou na juventude e que estão prestes de completar um século de vida.

Exemplo disso é Kenji Hatai. Aos 99 anos, o competidor mais antigo que esteve nos campos do CC Vila Guarani ainda mostrava muita disposição e bom humor ao dar suas tacadas na bola. Mas, quando o momento era importante na partida, fechava-se e mantinha o foco no jogo. “Ah, muito forte!”, exclamou ao dar uma tacada que passou longe do alvo.

No total, 128 equipes estiveram na disputa durante os dois dias, sendo divididas em duas categorias distintas: a Kooreisha, onde jogam apenas pessoas com idade superior a 70 anos, e a Soonen, com a livre participação de todas as faixas etárias, além de não haver divisão por sexo.

Para o atleta Paulo Mihara, da equipe de Piedade, o gateball é um esporte especialmente recomendado para todos aqueles que já não têm mais a forma física de outrora. “O pessoal de mais idade pode jogar tranquilamente, pois não exige muito esforço”, explica.

Com 69 anos de idade e dez de esporte, Paulo dá o exemplo para todos aqueles que já passaram da casa dos cinqûenta e não fazem qualquer tipo de atividade. “Eu comecei a jogar com quase 60 anos, antes praticava basquete, vôlei. Para mim é muito importante manter a cabeça e o corpo ocupados, pois assim eles durarão mais”, brincou.

O presidente da União dos Clubes de Gateball do Brasil, Toru Hondo, apresentou a mesma opinião e, além disso, fez questão de exaltar o torneio. “É um campeonato de alto nível, muito selecionado, apenas os melhores jogadores estão aqui”, afirmou. Por fim, agradeceu a ajudinha de São Pedro: “O tempo também está ótimo, não muito quente, ideal para o pessoal praticar bastante e não se cansar”.