Escola recém-construída ajudará a acabar com o terceiro turno em Perus

O prédio tem salas para aulas de informática, leitura, vídeo, laboratório de Ciências e espaço para atividades artísticas. Quase 400 vagas estão reservadas para escolas que vão acabar com o 3º turno.

A escola é nova, está toda equipada, funciona em dois turnos, tem 600 alunos matriculados, oferece atividades de pós-escola e está em pleno funcionamento. Será nessa escola que a partir do próximo ano 380 alunos, todos da região de Perus, que freqüentam escolas com três turnos vão passar a estudar.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (17/08) pelo prefeito de São Paulo em visita ao novo prédio da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professora Philó Gonçalves dos Santos, Zona Norte da cidade. Também participaram da visita o secretário municipal de Educação e a subprefeita de Perus.

“Esta escola possui ótimas instalações, professores motivados, alunos bem atendidos e tem capacidade para abrigar aqueles que estudam no terceiro turno, que será eliminado de outras unidades da região”, disse o prefeito. A Prefeitura deve criar, até dezembro deste ano, mais 108 mil vagas em toda a rede municipal, com a construção de novas escolas e ampliação de outras já existentes.

A escola foi inaugurada em dezembro de 2005 e funciona em dois turnos (matutino e vespertino). É equipada com 14 salas de aula, duas salas multiuso, sala de leitura, informática, vídeo, laboratório de Ciências, parque e quadra. Tem rampas de acesso para pessoas portadoras de necessidades especiais e elevador. A equipe pedagógica é formada por 23 professores, além de 14 funcionários técnicos, administrativos e de apoio.

A maior parte dos alunos mora na vizinhança, nos bairros Jardim do Russo, Recanto dos Humildes, Caiúba e Vila Malvina e, segundo a diretora, Silvia Aparecida Lacerda Papa, quase 200 crianças utilizam o transporte escolar gratuito (TEG). As crianças participam também de atividades do programa "São Paulo é uma Escola", com oficinas de dança, oferecidas pela parceria com a ONG Casa do Criador, no período de pré e pós-aula. Também são realizadas atividades de laboratório e, de acordo com a diretora, os alunos poderão contar ainda este ano com atividades teatrais com enfoque na leitura e escrita.

Professora Philó

A escola Professora Philó Gonçalves dos Santos, também conhecida como EMEF Cohab Perus, foi construida em substituição à EMEF Vila Fanton, que funcionava em um prédio alugado. Por iniciativa da comunidade, foi rebatizada, em homenagem à professora Philonília Gonçalves dos Santos. A professora Philó, como era carinhosamente chamada, viveu para realizar sua maior conquista: ensinar.

Depois de 30 anos de trabalho como doméstica, partiu em busca do sonho de ser professsora. Reiniciou seus estudos, que abandonou na 4ª série, pelo Telecurso Primeiro Grau, caminho pelo qual concluiu também o ginásio (atual ensino médio), e os cursos de secretária e de correspondência comercial, e se formou no Magistério aos 53 anos. Após desempenhar várias funções na rede estadual de ensino, virou professora da rede municipal. Aos 61 anos, depois de se formar em Pedagogia, concluiu sua pós-graduação em Psicopedagogia pela Faculdade Oswaldo Cruz. Philó morreu aos 64 anos, atropelada, quando deixava a EMEF Deputado Rogê Ferreira.

Investimentos na Educação

Desde o início da atual administração, já foram substituídas 44 escolas de lata herdadas das gestões anteriores. São mais de 20 mil novas vagas e um investimento de R$ 70 milhões nas obras. Paralelamente à substituição das escolas de lata, a Prefeitura anunciou a construção de cinco novos CEUs: CEU Vila Rubi, na Subprefeitura da Capela do Socorro, Zona Sul; CEU Feitiço da Vila, na Subprefeitura de Campo Limpo, Zona Sul; CEU Tremembé, na Subprefeitura Jaçanã/Tremembé, na Zona Norte; CEU Azul da Cor do Mar, na Subprefeitura de Itaquera, na Zona Leste; CEU Água Azul, na Subprefeitura de Cidade Tiradentes, na Zona Leste.

Um grupo de trabalho montado no início de 2005 desenvolveu um projeto para os novos CEUs, que possibilitará a construção dessas unidades por um custo menor (redução média de 15%) e um acréscimo de 20% no total de vagas ofertadas, especialmente para as turmas de ensino fundamental. Serão 450 vagas a mais do que nos atuais CEUs e haverá também o incremento do uso do equipamento nas atividades de pós-escola.

Além de construir novas escolas, a Secretaria Municipal de Educação criou, no início de 2005, o programa "São Paulo é uma Escola", para melhorar o desempenho escolar e propiciar o enriquecimento cultural e educacional dos alunos da rede municipal de ensino, por meio da ampliação do tempo e dos espaços para atividades pedagógicas, culturais, esportivas e de lazer. Uma das estratégias é integrar 26 Clubes da Cidade a escolas municipais vizinhas, criando as Escolas Municipais Integradas, de modo que a infra-estrutura do clube possa ser utilizada nas atividades de pós-escola.

Outro projeto na área educacional é o programa “Ler e Escrever”, lançado em fevereiro de 2006. O programa é resultado de um grande trabalho desenvolvido, ao longo de 2005, pela SME, através da Diretoria de Orientação Técnica (DOT), para mudar o fato de que cerca de um terço dos alunos do Ciclo I (de 1ª a 4ª do ensino fundamental) da rede não domina o sistema de escrita ao fim do primeiro ano. O programa também prevê o aperfeiçoamento nas áreas de leitura e escrita dos alunos do Ciclo II (de 5ª a 8ª do ensino fundamental).