Secretaria propõe ações para desafogar principais vias

O programa inclui pelo menos sete ações diferenciadas que envolvem o uso de recursos humanos e tecnológicos, bem como políticas de gestão para reduzir, a curto prazo, os índices de congestionamento nesta área de atuação prioritária.

A Secretaria Municipal de Transportes (SMT) vai instituir, a partir de julho deste ano, o Sistema Viário Estratégico do Município de São Paulo (SVE), projeto que vai interferir diretamente em 1,5 mil quilômetros de vias com maior circulação na cidade.

O programa inclui pelo menos sete ações diferenciadas que envolvem o uso de recursos humanos e tecnológicos, bem como políticas de gestão para reduzir, a curto prazo, os índices de congestionamento nesta área de atuação prioritária.

Há pelo menos cinco décadas a questão da mobilidade urbana é considerada um problema para a cidade de São Paulo. A cada ano perde-se mais tempo no trânsito e no transporte público, em engarrafamentos que ameaçam não só o conforto da população, mas a própria saúde econômica do município.

A crise do trânsito paulistano é tão crônica quanto antiga e impõe soluções de longo prazo ao lado de ações imediatas para reduzir a gravidade de suas conseqüências.

Com esta perspectiva – sob a coordenação da SMT, em parceria com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a São Paulo Transporte S/A (SPTrans) – o Sistema Viário Estratégico terá participação ativa das secretarias das Subprefeituras, Planejamento e de Infra-Estrutura Urbana e Obras, e suas ações vão permitir que os 10% do sistema viário mais utilizados fiquem em perfeitas condições para que o trânsito encontre a melhor situação de fluidez.

Os primeiros 100 quilômetros desta parcela da malha viária receberão tratamento diferenciado ainda em 2005. Os trabalhos de implantação do SVE deverão ser concluídos em julho de 2008.

São Paulo, a quarta maior cidade do mundo, conta com 15,5 mil quilômetros de vias expressas, arteriais, coletoras e locais, por onde circulam nada menos que 25% da frota do país. São aproximadamente 5,8 milhões de veículos - quase um para cada dois habitantes - e este número parece crescer mais que o da própria população.

Entre 1981 e 2002, o número de moradores na metrópole, aumentou em cerca de 2 milhões de pessoas, subindo de 8,5 para 10,5 milhões. Já a frota, que era de 1,6 milhão de veículos em 1981, cresceu mais 3,9 milhões de unidades para chegar a 5,5 milhões em 2002.

Para a maior parte dos paulistanos, “trânsito” e “caos” são sinônimos ao definir os engarrafamentos cotidianos, cuja origem vai longe na história da cidade. A partir da Primeira República, São Paulo se con-solida como importante pólo industrial, que traz a reboque um cresci-mento das atividades financeiras, comerciais e de serviços.

Ao longo de todo esse tempo, no entanto, não houve diálogo entre as políticas de uso do solo, transporte e trânsito. A cidade cresceu sem considerar suas necessidades de circulação e estacionamento, e sem priorizar como deveria a questão da mobilidade.

Perde-se no sistema viário brasileiro, segundo dados de 1998 coletados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), R$ 76,6 milhões por ano com o tempo desperdiçado e o combustível gasto nos congestionamentos.

A proposta do SVE é administrar 1,5 mil quilômetros de maior circulação na área urbana utilizando todos os recursos humanos e tecnológicos disponíveis, com a meta de antecipar soluções para os problemas que ocorram nestas áreas estratégicas. E manter, ao mesmo tempo, um controle eficiente – com ênfase nos programas de segurança - em toda a cidade.

Para conquistar esse objetivo, serão desenvolvidos vários projetos que, juntos, vão reduzir significativamente os índices de lentidão na Capital. Por exemplo, as ações operacionais serão direcionadas às prioridades de uso local, e contarão com um operador a cada 2 quilômetros, além de painéis de mensagem variável, sinalização e cobertura de pavimento.

As questões de tráfego, por sua vez, serão tratadas em tempo real, on-line, 24 horas por dia. Aqui se incluem os “semáforos inteligentes”, que monitoram automaticamente o tempo de abertura e fechamento para o trânsito de acordo com a demanda real existente.

Estão previstas, ainda, uma rede informatizada para detectar e solucionar as interferências na circulação das vias, e a revitalização dos elementos que fazem parte do Sistema de Orientação.

Entre outras medidas, o SVE adotará uma política de estacionamento planejada para organizar e regular a oferta de vagas por meio do controle da demanda de todos os tipos de transporte, e criará formas de controlar o excesso de demanda de veículos particulares.

É meta, também, estabelecer a gestão integrada do trânsito, do transporte e do uso do solo, o que entre outros aspectos vai permitir o uso equilibrado do espaço urbano e reduzir a poluição ambiental.

Não integram o SVE, mas colaboram para o seu bom resultado outras medidas que já estão sendo tomadas pela SMT em relação ao trânsito da cidade. No dia 6 de abril, por exemplo, o Prefeito assinou decreto que estabelece o horário noturno para operações de carga e descarga em estabelecimentos comerciais e de serviços na Capital, de segunda a sexta-feira.

O decreto tem 31 dias para entrar em vigor e vai reduzir a circulação de 5,8 mil caminhões durante o dia, com redução do trânsito, da poluição e de custos para os transportadores, que participaram ativamente das discussões do projeto, em cerca de R$ 700 mil.

Mas o maior benefício fica, com certeza, com a população paulistana, que ganha em qualidade de vida. “A medida é muito positiva no sentido de amenizar as condições do trânsito em São Paulo.

Evidentemente não é a solução, mas é um caminho”, avalia o Prefeito. “É um passo no sentido de transformar São Paulo numa cidade melhor”, concorda o secretário municipal dos Transportes.

Além da retirada dos caminhões, a Secretaria Municipal de Transportes estuda 16 alternativas à forma atual do rodízio, instituída em 1997 com o propósito de tirar das ruas 20% da frota de veículos. Mas esse sistema, alerta a SMT, vem se tornando a cada ano menos eficiente.

Isso porque as pessoas compram um segundo carro ou emplacam seus veículos em outros Estados para driblar o rodízio e fugir das multas.

Também está em curso uma operação intensiva de restauração do pavimento. São tapados, em São Paulo, cerca de mil buracos por dia - no total, já existem 103 mil buracos a menos em São Paulo.

E as equipes de rua aumentaram seu efetivo de 30 para 120 funcionários com esta tarefa. Para isso, as usinas da Prefeitura também intensificam, a partir deste primeiro trimestre de governo, a produção de massa as-fáltica.

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