Centro de Gerenciamento de Emergências prepara a "Operação Inverno"

Desde a semana passada, a cidade começou a sentir as condições atmosféricas típicas do outono. Ao que tudo indica, o outuno e o inverno devem ser mais secoa do que em 2004, o que pode elevar a incidência de casos de doenças respiratórias, principalmente em crianças e idosos.

Desde a semana passada, a cidade de São Paulo começou a sentir as condições atmosféricas típicas do outono. Nesta estação, as massas de ar polar atuam de forma mais intensa na região, causando uma acentuada queda da temperatura.

O declínio será especialmente sentido nesta semana, quando as temperaturas devem ser ainda mais baixas do que as registradas no último dia 27 – até então o dia mais frio do ano -, quando foi registrado 13,4ºC no Mirante de Santana – temperatura oficial do Instituto Nacional de Meteorologia – e 12,3ºC em Parelheiros, dado da estação meteorológica do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura, órgão que monitora as condições meteorológicas na cidade.

De acordo com os meteorologistas do CGE, o outono deste ano deve transcorrer como um período de relativa neutralidade climática. Em relação às chuvas, há previsão de que os índices fiquem próximos das médias históricas. Este comportamento climático, normal para a estação, ocorre por conta da fraca intensidade do El Niño, fenômeno que provoca o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico e afeta o clima global.

O fenômeno esteve presente no decorrer do último verão, mas deve se dissipar totalmente até o fim deste mês. Não estão descartadas, porém, alguns dias com ondas de calor em maio, os chamados veranicos.

No final do outono, assim como no início do inverno, que começa oficialmente no dia 21/06, deve permanecer um padrão bem característico da época, com a entrada de massas de ar frio na região Sudeste do Brasil, inclusive, com ocorrências de geada.

Mas não há previsão de um inverno muito rigoroso. Por outro lado, a estação neste ano deve ser mais seca do que a do ano passado.

Exatamente em função do tempo seco que caracteriza o outono e inverno, o CGE e a Defesa Civil da Cidade de São Paulo acompanham as condições da umidade relativa do ar. Isso é feito por meio de 12 estações meteorológicas, espalhadas em pontos estratégicos da cidade.

Sempre que a umidade atinge índices baixos, o CGE alerta a Defesa Civil, que, por sua vez, repassa estas informações para diversos órgãos. Um dos órgãos que recebem essas informações é a Secretaria Municipal de Saúde.

Neste caso, a SMS é acionada diante da possibilidade de ocorrer um período de dias secos, quando a incidência de casos de doenças respiratórias, principalmente em crianças e idosos, tende a aumentar.

A Defesa Civil também se utiliza dos dados das 14 estações de monitoramento da qualidade do ar, controladas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Nas estações frias, o fenômeno chamado de inversão térmica se acentua, dificultando a dispersão de poluentes, o que potencializa os efeitos do tempo seco na saúde das pessoas.

“Temos de fazer uso de todos os recursos disponíveis para preparar os órgãos municipais que estão envolvidos no atendimento às ocorrências no período de frio”, comenta o coordenador geral da Defesa Civil da Cidade de São Paulo, Ronaldo Figueira.

As baixas temperaturas também são monitoradas pelo CGE. Quando há previsão de queda acentuada, com mínimas iguais ou abaixo de 10ºC, o Centro emite boletins especiais de atenção.

A Defesa Civil aciona a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Ação Social (SMADS), que monta esquemas especiais de atendimento aos moradores de rua, por meio da CAPE – Central de Atendimento Permanente e Emergência.

A Central Telefônica do 199 da Defesa Civil também dá apoio ao CAPE, atendendo solicitações de recolhimento de pessoas em situação de rua, que são repassadas ao órgão de ação social. O 199 funciona 24 horas, todos os dias do ano.

Diferentemente do inverno, período caracterizado pela estiagem, o verão traz problemas relacionados com as chuvas, como alagamentos, inundações e deslizamentos de encostas. Neste período, tanto o CGE quanto a Defesa Civil da Cidade de São Paulo concentram suas atividades no monitoramento de eventos chuvosos na região metropolitana que possam interferir na rotina da capital.

Na iminência de chuvas fortes, outros órgãos da Prefeitura que prestam atendimento em ocorrências calamitosas são acionados. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) providencia desvios do trânsito para as chamadas rotas secas.

Outra ação acontece quando o corpo técnico-operacional de Defesa Civil das Subprefeituras é colocado em estado de atenção, isto é, engenheiros, agentes vistores, assistentes sociais, entre outros profissionais, ficam de prontidão para atender uma possível ocorrência de enchente ou deslizamento.

Após o término do período crítico de chuvas, entre os meses de novembro e abril, são feitos relatórios com balanços comparativos da temporada. Segundo esses relatórios, o verão de 2004/2005 foi marcado por chuvas relativamente na média do verão anterior.

Já o mês de janeiro deste ano foi bastante chuvoso, em comparação ao mesmo mês de anos anteriores, com um volume de chuvas de 290mm, ou seja, 28,5% mais do que em 2004 e 21% acima da média histórica do mês. Um milímetro de chuva corresponde a um litro de água em uma área de 1m2.

No período de chuvas mais intensas, foram registrados oito transbordamentos de rios e córregos na cidade, sendo que a região mais atingida foi a do Córrego Pirajussara, na divisa de São Paulo com Taboão da Serra. O dia em que mais choveu foi 15 de março, quando a média acumulada em toda a Capital foi de 49,2mm. Naquela data, a região mais atingida foi a Zona Leste, com média de 63,4mm de chuvas. A região mais atingida pelas chuvas no último verão foi o Butantã: no mês de janeiro choveu uma média acumulada de 410mm naquela região.

Um fato que chamou muito a atenção dos paulistanos na estação passada foi a chuva do dia 25 de fevereiro, quando praticamente toda a cidade foi tomada por uma precipitação bastante forte, além da ocorrência de queda de granizo e ventos de rajada muito fortes em várias regiões.

Outro destaque foi o dia 18 de março na região de Santo Amaro, quando o volume de chuvas chegou a 129mm – segundo levantamento da Defesa Civil, este foi o maior índice registrado na cidade de São Paulo, desde que esse levantamento é feito. O dia mais quente do verão foi 8 de março. Na ocasião, a temperatura no bairro de Parelheiros chegou a 38,4ºC.

Paralelamente à Operação Inverno, o CGE, Defesa Civil e Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras já começaram a planejar a Operação Verão que se inicia no final deste ano.

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