Com o frio, aumenta atendimento aos moradores de rua

Quando os termômetros se aproximam dos 10 graus as equipes de prevenção da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social saem às ruas para tentar convencer as pessoas a irem para os abrigos.

Por enquanto a situação é apenas de atenção. A massa de ar frio que está sobre a cidade chegou a baixar os termômetros até os 12,8ºC na madrugada de segunda-feira, dia 2/05, quase três graus acima da marca de 10ºC, limite a partir do qual entra em alerta o sistema de atendimento a moradores de rua da Prefeitura.

Quando isso acontece, a rede de 31 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) entra em estado de plantão 24 horas, regime de trabalho que a Central de Atendimento Permanente e Emergências (Cape) adota o ano inteiro.

Porém, basta a temperatura chegar aos 13 graus para que as equipes saiam às ruas para fazer um trabalho preventivo. Um trabalho chamado pelos técnicos da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de “abordagem espontânea”, para diferencia-lo do atendimento aos pedidos de socorro que se multiplicam nas madrugadas frias. Eles vêm de todas as partes: de hospitais, delegacias, unidades da Polícia Militar ou da Guarda Civil Metropolitana ou de simples munícipes condoídos com a situação das pessoas que se encolhem com frio sob as marquises dos prédios.

“Nós fazemos a abordagem, com todo o trabalho de convencimento, mas não podemos obrigar a pessoa a nos acompanhar. Tem de ser de livre e espontânea vontade”, explica a psicóloga Fabiana de Gouveia Pereira, coordenadora da Cape.

O primeiro sinal de perigo chega três dias antes do frio. Ele parte dos meteorologistas do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão da Secretaria de Infraestrutura Urbana. A antecipação é feita a partir de modelos meteorológicos, que lhes permite prever a intensidade do frio que está por chegar.

Funcionando 24 horas por dia, ininterruptamente, a Central de Atendimento Permanente e Emergências da SMADS faz de 160 a 180 atendimentos por dia, em média. Na época do inverno, esse número triplica. Em agosto de 2003, o atendimento teve seu pico máximo: bateu na casa dos 600 atendimentos por dia.

Segundo a coordenadora da Cape, nos últimos 15 dias, por causa da queda de temperatura na cidade, já houve um aumento significativo em relação aos atendimentos. “A média de atendimentos diários saltou para 260 a 280 pessoas”, diz Fabiana.

Com quatro equipes trabalhando em turnos de 12 horas, a Cape atua em todo o município de São Paulo. Cada equipe tem, em média, oito técnicos em abordagem. São psicólogos, agentes de apoio, enfermeiros e orientadores sociais, entre outros.

Há 13 peruas para fazer os encaminhamentos dos moradores: seis estão cedidas para as equipes de agentes de proteção, uma para a Sé e outra para a Mooca. Esse trabalho é complementado pelos 31 CRAS e oito equipes de proteção, que operam na região central da cidade. Mas todos os dados são centralizados na Cape.

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