História oral em destaque no Centro de Referência

O Centro de Referência do Museu Afro Brasil abriga um núcleo de história oral, onde se pode ouvir gravações de personalidades negras e também de lideranças desconhecidas do grande público, mas importantes na transmissão da cultura oral em uma determinada comunidade.

Era à sombra dos frondosos baobás, árvores milenares características da África, que os griots (contadores de histórias) cultivavam as tradições orais do seu povo. O respeito à palavra como fonte de criação orienta os grupos africanos que defendem a transmissão do conhecimento de forma oral. Tal preceito está presente nas filosofias iorubá e banto, e foi preservado no Brasil em terreiros de religiões de bases africanas.

Na África pré-colonial não existiam escolas, e as crianças eram educadas ouvindo as histórias que os mais velhos contavam. O surgimento das escolas e o recurso da escrita não substituíram a importância da oralidade como conceito e método. Por isso, o Centro de Referência, parte do Museu Afro Brasil, não poderia deixar de abrigar um núcleo de história oral onde o visitante tem a oportunidade de ouvir gravações de personalidades negras e também de lideranças desconhecidas do grande público, mas importantes na transmissão da cultura oral em uma determinada comunidade.

O Centro de Referência também será responsável por um site, por material iconográfico, audiovisual e pela biblioteca, para a qual já foi adquirido o acervo de Carlos Eugênio Marcondes de Moura, um grande pesquisador e organizador de textos sobre a cultura afro-brasileira, além de livros e documentos da coleção de Emanoel Araújo.

A exposição de longa duração do acervo permanente do museu constitui um grande programa de pesquisa que serve de base para o Centro de Referência, bem como respalda a catalogação definitiva do acervo, além de subsidiar as exposições temporárias e apoiar o programa de ação educativa da casa. “Mais do que um lugar de pesquisa, funcionará como um local de produção de conhecimento do patrimônio intangível, como a oralidade”, explica Maria Lúcia Montes, que coordena o núcleo de pesquisa, responsável pelo Centro de Referência.

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