Com mais de 300 imagens coloridas, distribuídas em 224 páginas em formato 30 x 23 centímetros, o catálogo da exposição Brasileiro, Brasileiros é o registro de uma mostra que, pela arte e pela história, ressalta as características da mestiçagem nacional.

Em cartaz durante seis meses, a mostra inaugurou o espaço que constantemente será dedicado às exposições temporárias. Um dos eixos temáticos da mostra inclui o índio como representação canônica da mestiçagem no imaginário nacional. Pela primeira vez o índio é visto como formador da identidade, e não apenas como folclore. “Os africanos chegaram aqui e respeitaram o índio como dono da terra, partindo de princípios africanos de que o que vale é a ancestralidade”, explica o curador Emanoel Araújo.

Partindo de um momento histórico da independência da Bahia, em 1823, propõe uma reflexão sobre o início da vida política do Brasil independente. Mas ganharam a capa do catálogo e, sem dúvida, foram o grande destaque da mostra, as figuras do caboclo e da cabocla, ícones tradicionais do desfile de 2 de julho, realizado em Salvador desde 1824, em comemoração à expulsão dos portugueses que ainda se opunham à independência do Brasil – e que fizeram da Bahia, de 1822 a 1823, um foco de resistência.

“Um país como o nosso deveria ter sempre a história e a memória como fios condutores e polarizadores da nossa criação, encontrando neles esse grande cabedal de inspiração sugerida pelo nosso inconsciente coletivo, nossos arcaísmos e, sobretudo, nossa ancestralidade”, assegura Araújo. Da mesma maneira, com textos e imagens que mesclam arte e história, o catálogo roteiriza toda a exposição e permite que o leitor viaje no tempo.

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