O prefeito José Serra defendeu, nesta terça-feira (07/06), a intensificação do uso do cartão eletrônico em catracas de ônibus como meio de evitar eventuais fraudes. A afirmação foi feita quando Serra vistoriava o microônibus da cooperativa Cooperpeople apreendido na tarde de ontem por fiscais da SPTrans devido a suposto esquema de fraude praticado por um cobrador e um motorista. A vistoria aconteceu numa garagem da SPTrans no Pari, região central.

"O pagamento em dinheiro é suscetível de fraudes. Nós temos de tomar medidas que, sem produzir desconforto para o usuário, minimizem o pagamento em dinheiro. O bilhete eletrônico, com identificação, garante que o sistema funcione com maior eficiência e evita os diversos tipos de fraudes", afirmou o prefeito.

A apreensão do ônibus número 4022, da linha Hospital Sapopemba-Metrô Bresser, ocorreu no terminal do metrô, a partir de denúncia de um passageiro. Pelo suposto esquema, quando o usuário pagava a passagem em dinheiro, a catraca era liberada por meio de um dispositivo elétrico - um botão - instalado ao lado do volante do motorista. O dispositivo era acionado com o auxílio de um carregador de celular ligado no painel do ônibus, e o motorista apertava o botão cada vez que o trocador pronunciava a senha "mais um".

Com esse expediente, o trocador não precisava passar o seu próprio cartão no validador - o aparelho que autoriza a passagem do usuário. Com a fraude, o giro da roleta não era computado e o dinheiro ficaria livre para ser apropriado. O mecanismo era utilizado somente com pagamentos em dinheiro.

A SPTrans continuará suas averiguações para checar se esse foi um caso isolado ou se existem outros. Segundo a secretaria, a descoberta de novos casos poderá provocar o descrendeciamento da cooperativa junto à prefeitura. A secretaria também aguarda o laudo da empresa Digicom, que realiza um levantamento do prejuízo causado pela fraude.

O secretário de Transportes, Frederico Bussinger, disse que a política do governo é de "tolerância zero" com fraudes. O prefeito José Serra criticou os esquemas fraudulentos, como o detectado pela SPTrans: "No serviço público, quando o dinheiro é desviado, há um duplo prejuízo: estão roubando as pessoas que pagam direito e deterioram o ambiente de trabalho. O serviço público não pode estar contaminado por corrupções deste tipo".

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