Paulistanos recorrem à Defesa Civil após susto com tremor de terra

Os reflexos de um terremoto no Chile, com intensidade de 7,9 graus, foram sentidos em alguns bairros de São Paulo nesta segunda-feira.

Na noite desta segunda-feira, por volta de 19h45, reflexos de um terremoto ocorrido no Chile, com intensidade de 7,9 graus na Escala Richter, foram sentidos em alguns bairros da cidade de São Paulo. Os tremores na capital atingiram, segundo o Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (IAG), 2,3 graus na mesma escala. A Defesa Civil da Cidade de São Paulo, que possui contato permanente com o IAG, tomou ciência da baixa intensidade do fenômeno e prontamente tranqüilizou os munícipes que ligavam para a Central 199 assustados. As pessoas procuravam saber o que havia ocorrido e se suas moradias corriam risco. Foram cerca de 50 telefonemas vindos, principalmente, de cinco subprefeituras: Ermelino Matarazzo, Lapa, Mooca, Pinheiros e Santana.

A maior parte das ligações era de pessoas que vivem em edifícios, pois os efeitos de tremores desta intensidade são mais perceptíveis neste tipo de construção, principalmente nos andares elevados, onde são observados o balançar de objetos suspensos, como lustres”, explica o coordenador geral da Defesa Civil da Cidade de São Paulo, o geólogo Ronaldo Malheiros Figueira.

Em Pinheiros não houve necessidade de realizar vistorias em edificações. Na Mooca, em Santana, na Lapa e em Ermelino Matarazzo os técnicos das subprefeituras locais fizeram vistorias e não constataram nada de anormal nos locais visitados. "Antes de acionarmos as equipes das subprefeituras para realizarem possíveis vistorias, perguntávamos às pessoas se elas notavam alguma anormalidade nas estruturas das construções, como trincas, rachaduras ou estufamento de reboques. Também procurávamos tranqüilizar as pessoas, dizendo da baixa intensidade dos tremores em São Paulo”, relata o chefe de equipe C da Central 199, Edson da Silva Costa.

As subprefeituras onde o reflexos dos terremoto do Chile puderam ser sentidos com maior intensidade ficam em áreas onde os terrenos são compostos por sedimentos arenosos e argilosos da bacia sedimentar de São Paulo, portanto, mais sensíveis à propagação dos tremores.

Eventualmente, a cidade de São Paulo é afetada pelo reflexo de tremores ocorridos no Chile, mas não há registros históricos dos tremores terem atingido uma intensidade muito maior do que o ocorrido ontem. No estado de São Paulo, o maior tremor já registrado ocorreu em 1922, na região de Mogi Guaçu, com um registro de 5 graus na escala Richter. Um evento dessas proporções causa danos nas moradias, provocando rachaduras nas paredes.

Um fenômeno que também ocorre na cidade de São Paulo é o chamado “sismo induzido”. O último registro deste evento aconteceu no último dia 18 de maio, nas imediações do Parque Antártica, zona Oeste. Na ocasião, a grande movimentação da torcida de Palmeiras e São Paulo no estádio fez com que um pequeno tremor de terra se propagasse pelas redondezas, fazendo com que objetos suspensos em apartamentos de edifícios próximos àquela praça esportiva se movimentassem.

Mesmo sem tremores de terra, qualquer cidadão pode acionar a Defesa Civil, por meio do telefone 199, e solicitar uma vistoria em sua residência, caso ele note trincas e rachaduras ou estufamento em paredes ou muros.


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