Biblioteca Monteiro Lobato oferece oficina da arte milenar do origami

Além da oficina, o espaço infantil expõe as obras de Kristian Yuti Matsushita, que tem 9 anos e já é um especialista em origami.

Se em algum momento você viu uma peça de origami e pensou em como deve ser difícil fazê-la, saiba que você não é o único. Ver um pedaço papel se transformar em interessantes figuras tridimensionais, como pássaros, peixes, dinossauros, brinquedos e flores, desperta o encanto e a curiosidade de muita gente em descobrir os segredos dessa arte milenar.

A Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato oferece essa oportunidade para quem deseja entrar nesse mundo imaginário. Sempre às terças-feiras, às 9h30, as bibliotecárias Dirce Maria HirokoWauke e Tereza Itai — conhecida como Teça — ensinam às crianças e aos jovens as técnicas e os segredos do origami, utilizando como pesquisa os livros da própria biblioteca. Além disso, os participantes aprendem a montar o kirigami, dobradura que utiliza tesoura e cola para confecção.

Uso da imaginação

Em algumas aulas, de forma lúdica, a oficina é aberta com uma roda de leitura, contando uma história infantil. Daí em diante, são criadas, em papel, as personagens do livro, desenvolvendo a criatividade dos participantes. Como o origami é uma ferramenta pedagógica muito acessível, já que utiliza somente papel, é dessa forma que as bibliotecárias incentivam o trabalho na Monteiro Lobato. A turma tem aproximadamente dez pessoas, a maioria crianças entre 6 e 13 anos.

Esporadicamente, jovens acima dessa idade freqüentam a oficina por curiosidade na arte. Durante uma hora e meia, todos ficam atentos às orientações e concentram-se em fazer de uma simples folha de papel—que pode ser destacada de uma revista —, surgir uma figura expressiva. Segundo Teca, o origami mais conhecido é o tsuru, a famosa garça que simboliza saúde e paz.

O fenômeno mirim

Kristian Yuti Matsushita, de 9 anos, conheceu o origami quando tinha apenas 3 anos de idade, época em que já freqüentava escolas no Japão. Interessado e autodidata nos livros sobre o assunto, lê japonês desde os 4 anos, e já confeccionou mais de 500 peças de origami e kirigami. Segundo a sua mãe, Elza Matsushita, “ele trazia da escola os lencinhos dobrados em diversas figuras, e logo atraiu-se por formas diferentes, que pesquisava sozinho, produzindo as peças logo em seguida, de acordo com as instruções dos livros”.

Há cinco anos no Brasil, Kristian aperfeiçoa a leitura da língua portuguesa nos próprios livros sobre origami. E foi em busca desse aperfeiçoamento que conheceu a Monteiro Lobato e participou da oficina oferecida na biblioteca. Pela habilidade perspicaz em produzir as dobraduras, o menino foi descoberto pelos coordenadores da casa —principalmente devido à sua pouca idade — e convidado para expor seus trabalhos. Além disso, teve o apoio da Livraria Sol, do bairro da Liberdade, que forneceu o papel para a confecção das peças.

A exposição

Na exposição “Por quem os papéis dobram? Pelas mãos de nossas crianças”, em cartaz de 20 de junho a 6 de agosto na Biblioteca Monteiro Lobato, haverá aproximadamente 300 peças feitas por Kristian, entre aves, dinossauros, brinquedos e outros trabalhos.

A mãe do garoto relata que essa exposição é importante tanto para seu filho como para outras crianças, pois incentiva a descobrir o talento de cada um, e completa: “Fazer essa exposição mostra que todas as crianças são capazes de desenvolver algo especial”.

China ou Japão?

A palavra origami tem origem japonesa e quer dizer: ori= dobrar, e kami = papel. Mas existem diversas controvérsias de onde e quando surgiu. Historiadores acreditam que a técnica deve ter sido criada na China, no século 2, quando o papel foi inventado. Porém, o grande desenvolvimento dessa arte aconteceu no Japão.

Levada pelos monges, foi aperfeiçoada e difundida no mundo todo, tornando-se parte da cultura japonesa. Hoje, nas escolas do Japão, o origami é ensinado às crianças a partir dos 3 anos, com o intuito de desenvolver a coordenação motora, a capacidade de concentração e estimular a criatividade.

Curiosidade

O branco, para os japoneses, significa pureza e fortuna. Diz a tradição que todos os presentes devem ter um noshi (origami confeccionado nessa cor), colocado em cima do embrulho, como voto de felicidade ao presenteado. Mais informações, no site www.iej.uem.br.

SERVIÇO:

Oficina de Origami.
Todas as terças-feiras, às 9h.
Aberta para todas as idades. Grátis.

Exposição
Por quem os papéis dobram? Pelas mãos de nossas crianças.
De 20 de junho a 6 de agosto.
De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Sábados, das 9h às 15h. Grátis.

Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato
Rua General Jardim, 485, Vila Buarque.
Telefone: 3256-4122.

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