Centro de SP deverá receber investimentos de US$ 10 milhões da União Européia

Recursos a fundo perdido serão para ações de inclusão social de moradores carentes.

São Paulo deverá ganhar, a partir de janeiro do próximo ano, um projeto de inclusão social voltado a moradores carentes que residam ou trabalhem em distritos no entorno da área central da cidade.

O projeto receberá investimentos de 10 milhões de dólares a fundo perdido da União Européia (UE) - se aprovado pelos 20 países que compõem o organismo - com uma contrapartida de valor semelhante pela prefeitura.

Nesta sexta-feira (17/06), o prefeito José Serra aprovou as diretrizes do programa, após reunião com técnicos da UE, que passaram três semanas no município para auxiliarem a prefeitura na concepção do projeto. É a primeira iniciativa do gênero para a América Latina desenvolvida pelos países europeus.

O projeto contempla três áreas chaves, que são o cadastramento dos moradores, a qualificação profissional e o atendimento à mulher. A previsão é de que 100 mil pessoas sejam beneficiadas pelas ações, nas quais estão envolvidas cinco secretarias: Relações Internacionais, Assistência e Desenvolvimento Social, Trabalho, Cultura e Participação e Parceria.

Os técnicos vão focar as ações sobre 10 distritos no entorno do Centro, entre os quais os da Consolação, Bom Retiro, Bela Vista, Pari, Belém, Brás, Mooca e Liberdade. Pelo cronograma, o dinheiro será aplicado ao longo de quatro anos, e as iniciativas são interligadas com o programa de revitalização do Centro financiado pelo BID, no valor de 100 milhões de dólares.

A informação foi prestada pelo coordenador da comissão da UE, o francês Yves Cabanes - professor de Planejamento Urbano em Harvard.

O prefeito demonstrou especial interesse nos programas voltados às gestantes adolescentes. Serra comentou com os técnicos que, anualmente nascem no Brasil 30 mil crianças de mães com menos de 14 anos. São Paulo seria responsável por uma parcela entre 5 mil e 10 mil desses bebês. Os trabalhos nessa área teriam forte viés educativo, visando reduzir esses números.

Além do atendimento à mulher, o projeto terá cursos de qualificação profissional, destinados principalmente aos jovens. A idéia é capacitá-los em atividades como restauro e pintura na área de construção civil e confecção de cenários e fantasias para peças teatrais - daí a parceria com a Secretaria de Cultura.

No quesito restauração de obras históricas, dois locais já foram relacionados. São eles a Vila Maria Zélia e o Liceu de Artes e Ofício. Ainda na área de qualificação, deverão ser aproveitados eventuais talentos na área de música, para que esses jovens possam vir a trabalhar como disc-jóqueis.

A partir da aprovação do prefeito, as propostas serão transformadas em projeto executivo, traduzidas para 20 línguas dos países que integram à UE e passarão por avaliações em Bruxelas - sede da organização - entre junho e outubro. Se aprovadas, começam a ser implementadas em janeiro, ao longo de quatro anos.

“É um projeto que visa a inclusão social, bastante diferenciado pelo volume de recursos, pois é o único empréstimo desse porte concedido pela UE para uma cidade da América Latina neste ano”, informou a secretária de Relações Internacionais, Helena Maria Gasparian, que participou da reunião no gabinete do prefeito.

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