Fortalecer, fomentar e debater as diversas ações culturais voltadas à comunidade artística regional. Este é o principal objetivo dos fóruns permanentes de cultura, eventos realizados em alguns bairros da capital, sempre em espaços municipais com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

Os fóruns também visam a construção de uma ampla rede formada por gestores e administradores da cultura, técnicos, agentes, produtores e fomentadores culturais, movimentos sociais, grupos artísticos regionais e ONGs. Os encontros estimulam o debate e a ação cultural, propondo políticas culturais, ampliando e democratizando a ação do governo e incentivando relações de parceria e ações conjuntas entre governo municipal e sociedade civil.

Na última semana, foi realizado o V Fórum Permanente de Cultura do Butantã, no teatro do CEU Butantã, zona Oeste da cidade, com a participação de diversos artistas e representantes da comunidade. “A idéia é formar parcerias com a sociedade buscando dar suporte aos artistas, fazer uma programação unificada para que não atuem de forma isolada e trabalhar a política cultural na região”, explica Guilherme Francisco Ferreira, coordenador da Casa de Cultura do Butantã.

Neste fórum, foi discutida a realização do Festival das Artes durante o mês de setembro nos espaços culturais dos CEU´s, Casas de Cultura, bibliotecas e museus da cidade. O festival vai reunir artistas dos 5 subdistritos da região para apresentações de shows de música (hip hop, rock, samba etc), dança, artes plásticas, teatro, entre outros. Depois da reunião, houve uma apresentação da Orquestra de Cordas do CEU Butantã e do grupo de jovens Barracão dos Sonhos, que toca instrumentos de percussão e dança.

Cultura nos bairros

Os fóruns de cultura buscam desenvolver uma série de ações isoladamente ou em parceria, com o apoio do poder público e de instituições da sociedade civil. Outros bairros da cidade também podem realizar seus fóruns. Basta que os interessados reúnam grupos que representem a comunidade artística da região, definam suas prioridades e procurem o coordenador da Casa de Cultura mais próxima.

Ao ser implantados nos bairros, estes fóruns devem auxiliar na realização das seguintes ações: 1) atividades de formação, como seminários e encontros, com temas relacionados às necessidades dos participantes do evento; 2) criação de uma rede de informação cultural, centralizando e divulgando as atividades em curso na cidade e democratizando o acesso às informações culturais; 3) levantamento de recursos junto aos órgãos públicos, empresas, fundações e instituições, para financiar atividades culturais no município; 4) mapeamento cultural da região, incluindo todos os artistas e produtores, bem como os eventos, a produção artística em suas diversas formas (música, dança, teatro, cinema, artes plásticas, artesanato) e o patrimônio histórico e cultural da cidade.

Este trabalho também visa à construção da memória do local, preservando suas tradições e reforçando os laços de identidade entre seus habitantes; 5) organização de grupos culturais, com visitas às comunidades, com o objetivo de animar e fortalecer as atividades culturais geralmente esquecidas, promovendo o debate com os diversos atores envolvidos; 6) ações para a afirmação dos direitos culturais, dando visibilidade aos grupos, entidades, etnias e pessoas desprotegidas pelas políticas sociais; 7) realização de aulas públicas, que tenham caráter de encontros sobre temas referentes à vida cultural na cidade; 8) abertura e condução da discussão sobre a criação e montagem de indicadores culturais que possam ser aplicados na avaliação das políticas desenvolvidas para o setor.

Aproximando o artista da comunidade

Para a produtora Maria da Penha Silva, coordenadora cultural da Casa de Cultura do Butantã que também participa na organização do encontro, o fórum tem cumprido os objetivos propostos. “Estamos aproximando mais o artista do público, discutindo política cultural pública, inclusive aspectos técnicos, como as leis de incentivo à cultura. Neste sentido, a sociedade tem dado uma boa resposta com a presença nos fóruns de representantes dos empresários, associações comerciais e ONG´s”, explica entusiasmada.

Os fóruns recebem em média dezenas de pessoas a cada encontro, incluindo jovens e idosos, que atuam como músicos, atores, artistas plásticos e produtores. “Aos poucos, vamos formando uma rede de pessoas capacitadas para formatar projetos e buscar parcerias”, analisa Maria da Penha. Grupos e artistas que realizam trabalhos importantes apóiam o evento; entre eles, a equipe de cineastas da BR Produções, que divulgam filmes nacionais em universidades; o cantor Dinho Nascimento; o grupo Meninos do Morumbi, formado por jovens da Favela Paraisópolis; e a ONG Soul da Lata.

Outro objetivo em médio prazo dos fóruns é criar um calendário único de atividades culturais para cada região, além de um roteiro cultural dos bairros. Outros fóruns de cultura são realizados regularmente nos bairros da Penha e São Miguel Paulista, na zona Leste da cidade.

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