Praças emblemáticas do Centro serão requalificadas

Os projetos de reforma das Praças da Sé (foto do antes e como será), da República e Coronel Fernando Prestes foram apresentados nesta terça-feira (21/06). Prefeitura também pretende instalar câmeras para aumentar a segurança dos paulistanos que circulam pelos locais.

Grandes obras que vão mudar a paisagem das duas praças mais famosas da cidade - a da Sé e a da República - e da Praça Coronel Fernando Prestes, na região da Luz, estão previstas para começar em outubro deste ano.

Em comum, os projetos de requalificação têm o rebaixamento das bordas dos canteiros, a renovação da iluminação - com melhora da iluminação funcional e instalação de iluminação cenográfica, valorizando as esculturas e a vegetação - e a recuperação do piso das praças.

Durante o evento de apresentação dos projetos de reforma, nesta terça-feira (21/06), o prefeito José Serra anunciou outra novidade para o Centro, região da cidade que desde 2000 espera sair do papel seu plano de revitalização com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

"Pretendemos instalar câmeras no Centro para fortalecer, de um lado, a segurança, e do outro, o melhor controle do trânsito quando houver problemas localizados", revelou o prefeito.

Segundo o secretário municipal Andrea Matarazzo, subprefeito da Sé, o projeto de monitoramento estará pronto em 30 dias, mas ele adianta que as câmeras de vídeo deverão estar em todos os pontos estratégicos tanto do Centro novo quanto do velho.

O lançamento da licitação para as três obras acontecerá agora em julho. A estimativa do secretário é de que em outubro, ou no máximo, em novembro, as obras sejam iniciadas. Os prazos são técnicos, podendo, portanto, sofrer alterações em função do andamento do processo licitatório.

Na República, a Prefeitura já começou a preparar a área para a intervenção, com grades em torno da praça, visando a segurança das pessoas que transitam pelo local. “São as primeiras intervenções físicas que vamos fazer na região Central e que, seguramente, vão melhorar muito o ambiente para os paulistanos que freqüentam as praças no dia-a-dia e para aqueles que as visitam também”, ressaltou Andrea Matarazzo.

Sé acessível

No caso da Sé, a reforma será também estrutural. Serão construídas rampas e passagens interligando e reduzindo os vários níveis existentes na praça aonde, na década de 70, foi construída a estação do metrô. Antes das obras do metrô, a Praça da Sé era constituída apenas da área defronte à Catedral.

Para viabilizar a construção da estação, foi preciso demolir um quarteirão e fazer a interligação com a Praça Clóvis Bevilacqua, resultando em duas grande lajes de cobertura com desníveis de 5,20 metros entre elas. "Hoje a Praça da Sé não permite circulação interna. Inclusive, não se consegue enxergar a praça toda quando se está andando nela, ao contrário do que acontece em qualquer praça importante do mundo", observou Serra.

Além de criar visibilidade de ponta a ponta para os usuários, as obras na Praça da Sé resultarão em acessibilidade e na melhor circulação interna e externa. Graças às rampas e à redução dos desníveis, o acesso será permitido a todos, inclusive a pessoas em cadeiras de rodas.

Com a criação de faixas de circulação transversal, o fluxo de pedestres poderá ser ampliado em toda a área da praça. O espelho d’água será recuperado, permitindo a reativação da fonte, que desempenha importante papel no microclima da praça em função de sua grande superfície de evaporação.

O quesito segurança também deverá ser sentido pela população. A eliminação da vegetação arbustiva inadequada à permeabilidade visual e a ampliação dos pontos de iluminação na praça trarão um ganho na sensação de segurança e facilitarão o policiamento já realizado no local.

A proposta foi desenvolvida pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), que se inspirou na escola do paisagista norte americano Lawrence Halprin. A um custo estimado de R$ 5 milhões, a obra deve estar concluída em setembro de 2006, acrescentando uma nova página ao histórico da praça que é o marco zero da cidade e que desde 1817 sofreu pelo menos cinco grandes modificações.

República como antigamente

Para a Praça da República, a proposta é recuperar todo o desenho original de 1905, ano em que o espaço foi remodelado pela gestão do prefeito Antonio Prado.

A praça foi batizada como com o nome atual em 1889, quando os vereadores paulistanos alteraram o nome de várias ruas e praças da cidade que lembravam o antigo regime. Antes disso, o local teve diversos nomes como Largo dos Curros, Praça dos Milicianos e Largo 7 de Abril.

A nova praça, inspirada na do início do século XX, devolverá aos canteiros o contorno em tijolo cerâmico, ao lago, às características do seu provável traçado original, e ao piso do entorno do Edifício Caetano de Campos (onde hoje funciona a Secretaria Estadual de Educação), o formato que possuía.

A vegetação invasora e arbustiva será substituída e espécies arbóreas existentes em 1905 e não mais encontradas no local serão replantadas. Por se tratar de área tombada, o projeto deverá respeitar o traçado original, corrigindo as distorções que aconteceram através dos tempos. A obra está estimada em R$ 3 milhões e o prazo para conclusão, em 6 meses.

Com a Praça da República restaurada, as grades de segurança serão removidas. A feira de artes e antiguidade que funciona aos domingos no local será mantida.

Fim do estacionamento

Na praça Coronel Fernando Prestes, localizada na região da Luz, a reforma incluirá a recuperação do desenho original, a retirada do estacionamento existente, nova pavimentação, instalação de novos bancos, área exclusiva para parque infantil e implantação de vegetação complementar, além do rebaixamento dos canteiros e da renovação da iluminação comum aos três projetos.

Os recursos para as obras das praças da Sé e da República virão do financiamento de US$ 100 milhões do BID para a revitalização do Centro. Já a verba para a restauração e reurbanização da Praça Coronel Fernando Prestes será viabilizada pelo Monumenta, programa de revitalização de sítios urbanos através da recuperação do Patrimônio Cultural que conta com a participação de instituições federais, estaduais e municipais. O projeto está orçado em R$ 1,33 milhão.

Em andamento

O prefeito José Serra lembrou que um conjunto de outras ações está sendo estudado pela Prefeitura para a região central, como a concessão de incentivos fiscais a empresas que se instalarem na área.

A idéia é atrair principalmente o setor de tecnologia, telecomunicações e audiovisuais. "São atividades que não poluem e geram bastante emprego", disse o prefeito. De acordo com ele, o projeto está em finalização e deverá ser encaminhado para a Câmara em breve.

"Queremos trazer atividade econômica para o Centro, por meio da atração de universidades e empresas. A questão das praças é fundamental nesse sentido", complementou Serra.

Outra medida - que, além de ajudar na reativação da atividade econômica, também deve contribuir para intensificação da vida cultural e social-, será a abertura de licitação para construção de cinco estacionamentos subterrâneos na região. "Estamos estudando os melhores locais, para que a própria iniciativa privada possa investir e fazer os estacionamentos", explicou o prefeito.

Três pontos já estão definidos: entorno do Theatro Municipal, entorno do Mercadão e Largo do Paissandu. De acordo com a Emurb, o edital será lançado dentro de 60 dias.

A abertura de calçadões é outra ação no cronograma da Subprefeitura da Sé. O projeto detalhado, com nomes de todas as vias, prazos e custos, será divulgado na próxima semana.

“Todas essas intervenções, ou seja, as praças, a desobstrução de algumas vias e depois a construção de estacionamentos subterrâneos, e o projeto de iluminação da região central devolverão a capacidade de circulação e reativarão escritórios e apartamentos residenciais que hoje estão desocupados", concluiu o secretário Andrea Matarazzo.

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