Cerca de 100 jovens se formaram, na semana passada, na primeira turma de alunos do Instituto Criar de TV e Cinema. Durante o curso, eles foram distribuídos entre 10 oficinas - roteiro, computação gráfica, edição, operação de câmera, produção, operador de áudio, operação de luz, cenografia, figurino, cabelo e maquiagem - e agora vão ser encaminhados a estágios nas principais empresas de audiovisual de São Paulo.

Para a realização do projeto, o Instituto Criar buscou parcerias na iniciativa privada e também no governo. Idealizado pelo apresentador Luciano Huck, o Instituto visa capacitar jovens de baixa renda para o mercado de trabalho na área de audiovisual.

A Secretaria Municipal do Trabalho, através do programa Bolsa Trabalho, estabeleceu uma parceria com o Instituto por meio da concessão de uma bolsa-auxílio de R$ 185,00.

Para os alunos, o benefício foi fundamental para a realização do curso. "Se não fosse a ajuda da Prefeitura eu não teria feito o curso. Além de eu não ter o dinheiro da condução, preciso ajudar nas contas em casa. Como o curso é no período da tarde, fica complicado arranjar um emprego", afirma Lílian de Castro, 20 anos, moradora do Jardim Ângela.

A estudante que durante um ano fez o curso de edição de vídeo, é estagiária da produtora Academia de Filmes e recebe agora um salário mínimo e mais um auxílio no transporte através de um convênio entre o Instituto e a empresa.

"Para a próxima turma estamos estudando maneiras de ampliar a parceria para que cada vez mais jovens saiam capacitados, prontos para serem inseridos no mercado de trabalho", explica Carlos Alexandre Leite Nascimento, Coordenador do Programa Capacitação Ocupacional - responsável pelo Bolsa Trabalho.

A oportunidade de participar da oficina de computação gráfica trouxe a Sérgio Carvalho, de 21 anos, uma nova perspectiva de vida. Morador do bairro Grajaú, zona sul de São Paulo, sempre gostou de desenhar mais nunca havia tido a oportunidade de se aperfeiçoar.

"Durante as aulas, explicava para a minha mãe o que eu estava aprendendo. Mesmo sem nunca ter usado um computador, ela vibrava com a minha conquista", conta o aluno. Sérgio que já finalizou o curso, será a partir de agora monitor da próxima turma.

A seleção dos estudantes é criteriosa e dividida em três etapas. Para participar, o jovem precisa ter sido indicado como um talento por uma ONG ou rede de Aliados Sociais do Instituto Criar.

Além disso, precisa ter entre 16 e 20 anos, estudar em escola pública (ou ter bolsa em escola particular), estar no mínimo na 7º série ou já ter terminado o ensino médio, ter o compromisso de freqüentar o curso e o horário vespertino livre para as aulas.

A próxima turma terá início em agosto e desde agora já estão sendo feitas as seleções. Ao final do curso, um aluno por oficina é escolhido para trabalhar no Instituto como monitor e todos os outros são encaminhados para emissoras de tv, produtoras e teatros. Os professores e coordenadores dos cursos são profissionais experientes não só na área de audiovisual como também na de educação.

Para a superintendente do Instituto, Danielle Fiabane, o primeiro ano foi uma consolidação da metodologia utilizada: "Esperamos aumentar o número de alunos de 100 para 150 já na próxima turma. Além disso, queremos melhorar cada vez mais a capacitação através de novas parcerias. Foram dois anos de planejamento e agora um ano de implantação. Estamos muito felizes com o resultado", finaliza.

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